domingo, 20 de julho de 2014

Cânone Romano em Canto Gregoriano em Português!

Oração Eucarística I da Forma Ordinária do Rito Romano, segundo o tom mais solene: PDF.


https://www.dropbox.com/sh/ly9cndcin71pnfm/AAA8yyK1-NUqs45w-G_b1lPwa/Canon%20solene%20em%20Portugu%C3%AAs.pdf

Conhecei tão-bem a interessantíssima edição do Secretariado Nacional de Liturgia, para o Canto do Celebrante, que por uns míseros 20 € oferece as melodias para tôdas as orações do celebrante durante a Eucaristia.


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Salmo Responsorial Gregoriano em Português!

Nota prévia: para a melhor execução destes cânticos, recomenda-se a frequência dos cursos com Monsenhor Alberto Turco.

Para cada Missa, tendes duas opções à escolha:
  1. Optais pelo Responsório Gradual, indicado pelo livro Graduale Romanum. 
  2. Optais pelo Salmo Responsorial do Leccionário Romano.

Tomemos o exemplo da Missa ferial da 6ª Feira da XXVª Semana do Tempo Comum, ano par.

1. Responsório Gradual do Graduale Romanum

Esta é a opção mais tradicional, e solene. Para o dia escolhido, o Responsório Gradual indicado pelo livro Graduale Romanum, na página 340, é o Dirigátur orátio mea:



Ouçamo-lo:



Lindíssimo! Dada a enorme diferença entre o que acabámos de ouvir e o que estamos habituados a ouvir na Missa como "Salmo Responsorial", tentarei explicar as vantagens de escolhermos o Responsório Gradual clássico para as nossas celebrações, em vez do moderno Salmo Responsorial como apresentado no Leccionário.

Em 1º lugar, o nome: Responsório Gradual (Responsorium Graduale). Ele é responsorial porque vem responder à Leitura que o antecede (e não pelas respostas que o povo vai dando a cada versículo).

Acontece que, na Tradição, as Leituras são proclamadas com grande sobriedade, com o texto entoado de modo muito simples, monocordicamente, e destacando-se somente o fim dos períodos (como nos exemplos que dei para o Imaculado Coração). Isto destina-se a facilitar a percepção do texto pelo pôvo no espaço sagrado. Segue-se então um momento de meditação sobre a Leitura, que é feita invertendo esta estética: pouco texto, com muita ornamentação. Esta forma musical pretende dar espaço à ruminatio da Palavra de Deus, e exteriorizar os sentimentos da alma que tem em si a Palavra de Deus, não com verborreia ôca, mas com música celestial, porque aquilo que sente não há como explicá-lo. Como Santo Agostinho dizia:

Não procures palavras, como se pudesses explicar a Deus aquilo que o agrada: canta com gritos de alegria.

Ou, ainda melhor, como dizia Jesus:

Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito. Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.

E é Graduale: porque antigamente era cantado um degrau (gradus) abaixo daquele donde era proclamada a Leitura (ambão) como que expressando a tentativa de aceder à Palavra de Deus, através da oração e do exercício das virtudes cristãs, porque a Palavra de Deus não são as letras e sinais gráficos que possam escrever-se num livro ou de lá serem lidas mecanicamente, mas é sim a raça que é recebida e a conversão operada que leva até Deus: o Gradual é o degrau pelo qual se sobe à Palavra, Palavra de Deus que é O próprio Deus, Deus que é amor.

Solução semelhante acontece na Liturgia das Horas, em que uma Leitura é seguida por um Responso. Este responso oferece a chave cristológica para a Leitura, e selecciona algum ponto especial digno de meditação. Todavia, como a Missa é mais importante para a vida da Igreja do que a Liturgia das Horas, o Responsório recebe na Missa maior solenidade do que na Liturgia das Horas.

Musicalmente, esta alegria que não se consegue explicar é traduzida pelos melismas, aquelas longas sequências de notas atribuídas a uma mesma sílaba. Obviamente difíceis de cantar, e impossíveis de repetir pela maioria das assembleias, requerem algum ensaio e destreza no canto em público, e como tal destinam-se ao cantor, que é alguém cujo ministério específico é cantar para a glória de Deus, O qual é servido - assim esperamos - com música de primeiríssima qualidade; e para a edificação dos fiéis na assembleia, aos quais é dado escutar a Palavra de Deus. Esta é a Tradição da Igreja.

Falta ainda dizer que:
  • é recomendável que a assembleia seja guiada para esta dinâmica de escuta e meditação, em vez de escuta e repetição.
  • parece muito difícil, mas com tempo de ensaio, é fácil um ou dois cantores aprenderem a cantar o Gradual. O mesmo Gradual canta-se muitas vezes todos os dias da mesma semana, bem como noutras semanas, seja com o mesmo texto, seja com texto diverso mas com melodia semelhante (economia de reportório).
  • uma vez que o Responsório Gradual é uma forma musical de grande solenidade, é conveniente (mas não obrigatório) que outras secções da Liturgia da Missa, musicalmente mais simples, sejam também cantadas (como tentei explicar neste artigo), tais como: saudações, aclamações e diálogos entre Celebrante e Assembleia; orações do Celebrante, principalmente colecta e prefácio da Oração Eucarística; Pater Noster, Sanctus, e outros cânticos do Ordinário (Kyrie, Gloria e Credo quando se cantam, e Agnus Dei); Leituras e Oração dos Fiéis.
  • nas missas feriais, em que se lê uma só Lição antes do Evangelho, o canto do Responsório dispensa o canto do Alleluia, e vice-versa. Podemos dispensar um, mas também podemos cantar os dois.
Se quisermos cantar o Gradual em Português, basta escrever o texto vernáculo debaixo das sílabas em Latim:



Outros exemplos:
  • Gradual Cristo fez-Se obediente até à morte, morte ademais de cruz.


  • Gradual Os olhos de todos em Ti esperam, Senhor.






2. Salmo Responsorial do Leccionário

Para as Igrejas mais humildes, que não consigam integrar o Gradual clássico na sua vida Litúrgica, seja pela razão que fôr, e que tão-pouco encontrem nas edições de "Salmos Responsoriais" correntemente em voga o espírito gregoriano mais autêntico, tentarei de seguida oferecer uma alternativa, fiel ao texto litúrgico, fiel à estética gregoriana, e simples de cantar e repetir.

Este Salmo Responsorial teria os versículos entoados monocordicamente (isto é: sempre na mesma nota, excepto as pequenas inflexões no início e no fim, respectivamente chamadas de entoações e cadências), e um refrão também muito simples, um pouco mais melódico do que os versículos. O resultado seria muito semelhante à salmodia da Liturgia das Horas, o que por um lado permitiria a participação vocal da assembleia na Liturgia, mas por outro teria o inconveniente, como já foi dito, de não ser Tradição da Igreja exigir do pôvo uma aclamação neste momento, nem ser tradicional a Liturgia das Horas e a Missa receberem um tratamento musical idêntico, como se tivessem idêntica importância.

Pois bem, tomemos o nosso exemplo da Missa da 6ª Feira da 25ª Semana do Tempo Comum, ano par. O refrão do respectivo salmo responsorial é:
Bendito seja o Senhor, meu rochedo!
O qual tem 12 sílabas. Vamos ao último melisma do refrão do Gradual deste dia, e seleccionamos as últimas 12 notas:


Que seriam mi agudo - ré agudo - dó - dó - si - sol - si - lá - si - lá - lá - sol. Aplicando estas 12 notas às 12 sílabas do refrão, ficamos com o seguinte:


Que já dá para sentir algo do Gradual original :)
Quem diz "tomar últimas notas do último melisma", diz também tomar as doutro segmento do gradual, se tal resultar mais confortável vocalmente, e desde que a última corda a ser cantada seja sempre a mesma da última nota da peça (para não variar o modo).

Faltam, portanto, os versículos. Como o nosso refrão é do 7º modo, os versículos também serão do 7º modo. Entoaremos os versículos com as fórmulas salmódicas que se usam nas Antífonas de Entrada e Comunhão da Missa, os chamados "tons do Gloria Patri", esquematizados aqui.

A ideia é dividir cada versículo em 2 metades, os chamados "hemistíquios".
Sôbre as primeiras sílabas do 1º hemistíquio canta-se a entoação inicial (texto em itálico), e nas últimas sílabas do 1º hemistíquio colocamos a cadência intermédia (negrito e itálico).
O 2º hemistíquio começa com a entoação intermédia (itálico); se esta parte fôr muito grande, tem uma flexa a meio caminho (negrito); e termina com a cadência final (negrito).

Exemplo do 1º versículo deste salmo responsorial, que não tem flexa:



Com muitas repetições, sai assim (MP3):






Já experimentei este método com vários Salmos, e resulta sempre bem, desde que se cantem transpostos para um registo confortável :)
Eis alguns exemplos:
  • Missa do Dia de Natal
    •  Todos os confins da terra viram a salvação do nosso Deus. (PDF)
  • Corpo de Deus:
    • Ano B: Tomarei o cálice da salvação (PDF, MP3)
  • Sagrado Coração de Jesus
    • Ano B: Ireis com alegria às fontes da salvação. (PDF)
  • Salmos responsoriais da 25ª Semana do T.c., ano par (PDF, Salmo 89/90 em MP3, Salmo 143 em MP3): 
    • O justo habitará no monte santo do Senhor.
    • Guiai-me, Senhor no caminho dos vossos preceitos.
    • Vossa palavra é uma luz para os meus passos.
    • Ó Senhor, Vós fostes sempre um refúgio para nós.
    • Bendito seja o Senhor, meu rochedo.

Descarregai uma folha pautada, e experimentai-o vós.
Enviai-nos as vossas composições para capelagregorianaincarnationis@gmail.com
Para mais cânticos gregorianos em Português, vêde a etiqueta "Gregorianáculo".

São Bento, rogai por nós.

Por favor comentai dando a vossa opinião ou identificando elos corrompidos.
Podeis escrever para:

capelagregorianaincarnationis@gmail.com

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