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segunda-feira, 7 de setembro de 2020

Prémio Internacional de Composição - Órgãos do Palácio Nacional de Mafra

Avisam-se os caros leitores para o concurso que receberá até ao próximo mês de Abril novas obras compostas para o conjunto único em todo o orbe da terra que são os seis órgãos-de-tubos da Basílica de Mafra.

Quem quiser conhecer mais acerca dêste extraordinário monumento poderá assistir a alguns documentários nos Arquivos da RTP.


 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Te Deum, hino para dois córos e órgão

O Te Deum é um antigo hino de louvor à Santíssima Trindade. Atribuído tradicionalmente a Santo Ambrósio de Milão (século IV d.C.), ainda hoje é cantado pela Igreja na liturgia das horas durante o ofício de leitura, assim como noutras ocasiões festivas e de acção de graças.

A obra aqui apresentada pretende oferecer a música sacra como linguagem capaz de chegar a todos os homens de boa vontade. O texto latino evoca a universalidade da tradição católica, aberta a incorporar dentro de si todas as culturas, de todas as épocas e lugares. A composição procura orientar-se pelo magistério da Igreja, que oferece como género supremo da música sagrada o canto gregoriano ( leia-se por exemplo o discurso do Santo Padre o Papa Francisco às Scholae Cantorum da Associação Italiana Santa Cecília na Sala Paulo VI a 28 de Setembro de 2019: «Insieme potete meglio impegnarvi nel canto come parte integrante della Liturgia, ispirandovi al modello primo, il canto gregoriano.»); por isso, recuperou-se uma melodia de um antigo livro português (Processionário Beneditino de Coimbra de 1727), a qual se apresenta em tamanho ampliado. O côro, dividido em duas secções, canta o gregoriano alternado com a polifonia inspirada em cânticos do Padre Miguel Carneiro. Pretende-se assim permitir a participação activa de todos, com secções de diferentes graus de dificuldade em que cada um contribuirá segundo os talentos que recebeu. O órgão de tubos, ao transcender as naturais limitações da voz humana, remete para a imensidade e a magnificência de Deus.

*

Obra candidata ao Prémio de Composição Padre Miguel Carneiro organizado pela Paróquia de São Tomás de Aquino em Lisboa e a Editora Paulus de Portugal.

Descarregar PDF 💾


O autor divulga a totalidade do material musical permitindo as suas livres reprodução e execução, a partir de 24 de Maio de 2020, Solenidade da Ascensão de Nosso Senhor Jesus Cristo, para a Sua maior glória.



segunda-feira, 3 de junho de 2019

Uma lufada de ar fresco

A recém-encerrada televisão católica portuguesa AngelusTv transmitiu em 2017 uma extraordinária série realizada pelo Prof. Alberto Medina de Seiça, eminente estudioso da música sacra e director da Capela Gregoriana Psalterium sediada em Coimbra.

O equilibrado conjunto de 10 programas leva-nos a percorrer os principais subtemas da música sacra, num interessante documento histórico que certamente contribuirá para a "reforma da reforma" da música litúrgica na Igreja que fala português.

"Música Sacra" é um programa apresentado por Alberto Medina de Seiça que viaja em torno da Música Sacra em Portugal. Através de compositores, música, e acontecimentos importantes nestes tantos séculos da música da Igreja, o programa procura abordar não só o passado mas também o presente e o futuro da música sacra.

Episódios:
  1. Polifonia sincera: Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
  2. Canto gregoriano: fonte de inspiração para a melhor música sacra em língua portuguesa
  3. A música sacra moderna não-litúrgica de autores portugueses
  4. O compositor da música litúrgica: Cónego António Ferreira dos Santos
  5. Os Pueri Cantores: Schola Cantorum da Catedral de Santarém
  6. Órgão-de-Tubos e seu tangedor: Igreja da Lapa no Porto
  7. Formação musical dos sacerdotes: Seminário dos Olivais
  8. O compositor da música litúrgica: Padre Manuel de Faria
  9. Cântico novo: a tradição e o presente
  10. A formação do músico litúrgico: Padre António Cartageno 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Missa Jesus Redentor de Todos

Ao pesquisar certa vez uma obra do maestro Furio Franceschini, encontrei uma coleção de partituras denominada "Missa Jesus Redentor de Todos", de autoria do Pe. José Maria Guimarães Alves, de 1965.

O que chamou a atenção é o fato de ser no "estilo gregoriano". Provavelmente foi composta nos momentos da reforma gradual da liturgia, ocorrida naqueles anos, que culminou com a publicação do "Missal do beato Paulo VI". São partituras que possuem também o acompanhamento para órgão.

Para quem quiser apreciar, pode conferir aqui. As partituras foram digitalizadas para o  acervo da Biblioteca Digital da Unesp.

Obs.: Peço a atenção para as eventuais diferenças presentes nos textos litúrgicos. Por serem essas partituras anteriores à tradução portuguesa do Missal Romano em vigor, possuem textos litúrgicos com algumas diferenças. O que também pode ter sido opção do compositor.

Do mesmo autor, segundo o sítio da Biblioteca Digital da Unesp: "Missa Nossa Senhora do Brasil".

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Livro "Harpa de Sião" do Pe. João Baptista Lehmann

Apresentamos, de forma bem humilde, o livro "Harpa de Sião" datado de 1957 organizado pelo padre João Baptista Lehmann.

Esse livro foi impresso no Brasil, para música Litúrgica, anterior ao Concílio Vaticano II, para, com certeza, auxiliar na criação de um repertório litúrgico nesse país, de modo a ser um auxílio para os coros. Talvez seja por inspiração do Motu Proprio "Tra le Sollecitude" do papa São Pio X. Não sei qual foi o seu alcance nas diversas paróquias do Brasil; na minha paróquia, particularmente, quando ainda nem possuía esse título, já se usava tal livro. 

Essa edição destina-se ao canto. Exitem outras edições para acompanhamento ao órgão ou harmônio, um instrumento que foi comum em muitas de nossas igrejas (na minha paróquia havia um; na minha arquidiocese vários, muitos em abandono e com defeitos). Se alguém se interessar pelas edições para órgão ou harmônio, comente, que, na possibilidade, posso tentar digitalizar as que tenho comigo. As partituras de acompanhamento para órgão também podem ser vistas neste local.

Quem desejar acessar a Edição para o Canto do referido livro, pode fazê-lo aqui.

Na foto abaixo, temos o exemplo de uma música do livro "Harpa de Sião". É primeira partitura, uma música para o Advento. Parece-me que ainda hoje é muito conhecida por aqui no Brasil, mas, ao invés do refrão em latim, usa-se em língua portuguesa, que também é bonito: "Orvalhai, lá do alto, ó céus, e as nuvens chovam o justo".

sábado, 1 de agosto de 2015

Música Sacra Madeirense

Com grande satisfação divulgamos alguns recursos úteis ao estudo da música sacra, em concreto a música litúrgica composta na Ilha da Madeira depois do Motu proprio Tra le solleccitudine do Papa Pio X e até ao Concílio Vaticano II, música esta que se caracteriza, em traços gerais, pelo seguinte:
  • fidelidade ao texto litúrgico latino (próprio e ordinário na forma extraordinária do Rito Romano)
  • melodias simples (composição silábica ou semi-silábica) inspiradas no canto-chão
  • para vozes graves (tenor, baixo)
  • acompanhada a órgão de tubos
Segue-se o artigo de Paulo Esteireiro, intitulado

Consequências do motu proprio "Tra le soIleccitudini" (1903) na música sacra madeirense do século XX


e publicado em Diocese do Funchal - A Primeira Diocese Global - História, Cultura e Espiritualidades, vol. II. Funchal: Diocese do Funchal, pp. 355-367, obra dirigida por J. Franco e J. Costa:














Catálogos em linha


Muitas destas composições já estão digitalizadas e podem ser descarregadas através do catálogo da biblioteca da Direcção de Serviços de Educação Artística e Multimédia da Madeira. No caso de uma determinada obra do catálogo não ter essa opção, é possível pedir a alguém dos Serviços para que digitalizem.

Outra opção é ir ao portal de recursos (recursosonline.org), onde se pode pesquisar na biblioteca digital (precisa de registro prévio, gratuito) e escolher no motor de busca a opção "partituras históricas", e então pesquisar pela palavra "órgão", "Missa", "Te Deum" etc. e aparecerão diversas composições sacras madeirenses.

Uma destas pérolas é a Missa a 2 vozes, para côro masculino e órgão de tubos, por Anselmo Serrão, datada de 1 de Junho de 1928 no Estreito da Câmara de Lôbos. Dessa composição aqui fica o Kyrie eleison como amostra:




Divulga-se tão-bem a edição do Padre Rufino da Silva, em dois volumes, com estas quase 800 composições de vários autores desde o final do século XIX até do século XX.

Um Século de Música Sacra na Madeira





Para encomendar, seguide as instruções na página 2 do catálogo da D.R.A.C. da Madeira, pedindo a seguinte referência:
  • ID 567:
    SILVA, João Arnaldo Rufino da
    Um Século de Música Sacra na Madeira (vols. I e II)
    Funchal, DRAC, 2008, 433pp. (vol. I), 473pp. (vol. II),
    ISBN: 978-972-648-167-6
    40,50€
Aproveitemos a reforma anterior ao Concílio!

domingo, 20 de abril de 2014

Concerto de Órgão em Lorvão, Penacova, 3-5-2014, 21h

O fantástico órgão de tubos do Mosteiro de Lorvão, no concelho de Penacova, diocese de Coimbra, foi ultimamente restaurado pelo brilhante organeiro nacional, Dinarte Machado, o qual publicou umas fotografias do respectivo restauro. Este órgão tem três caixas de eco no seu interior, onde se acomodam quase 4000 tubos sonoros, labiais e de palheta, divididos por dois teclados. Apresenta duas fachadas de 24 palmos, desafiando as leis acústicas.





A inauguração terá a presença de Harald Vogel e João Vaz, os quais apresentarão este instrumento nas suas várias vertentes, explorando as suas capacidades no limite de um concerto de 55 minutos.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Música para Órgão na Missa

Nota prévia: para a melhor execução da música litúrgica, recomenda-se a frequência dos cursos com Monsenhor Alberto Turco.

Todos os documentos do Magistério da Igreja (que eu conheço) são unânimes ao afirmar que «o canto gregoriano sempre foi considerado como o modelo supremo da música sacra, podendo com razão estabelecer-se a seguinte lei geral: uma composição religiosa será tanto mais sacra e litúrgica quanto mais se aproxima no andamento, inspiração e sabor da melodia gregoriana, e será tanto menos digna do templo quanto mais se afastar daquele modelo supremo» (S. Pio X, 22-11-1903).

Ora, tocar num órgão de tubos as velhas melodias gregorianas compostas para serem cantadas a uma só voz, em uníssono coral, pode parecer um empobrecimento das potencialidades deste instrumento, o qual, «desde sempre e com boa razão, (...) é classificado como o rei dos instrumentos musicais, porque retoma todos os sons da criação e (...) dá ressonância à plenitude dos sentimentos humanos, da alegria à tristeza, do louvor à lamentação. Além disso, como toda a música de qualidade, ao transcender a esfera simplesmente humana, remete para o divino. A grande variedade dos timbres do órgão, do piano até ao fortíssimo arrebatador, faz dele um instrumento superior a todos os outros. Ele é capaz de dar ressonância a todos os aspectos da existência humana. De algum modo, as múltiplas possibilidades do órgão recordam-nos a imensidade e a magnificência de Deus» (Bento XVI, 13-9-2006).

Com efeito, encontram-se na net várias partituras para acompanhar o canto gregoriano. No entanto, muitas destas harmonizações retiram importância ao desenho melódico original, dão-lhe um carácter tonal e não modal, e deixam o organista na ignorância quanto ao ritmo correcto, o qual não pode ser expresso sem recorrer aos neumas originais de S. Gall e Laon.

Por isso, é fundamental que o organista estude primeiro o canto gregoriano per se, que se imbua do espírito mais perfeito da música sacra e depois o transporte para o órgão. Quando estiver à vontade no tangimento da melodia gregoriana, com o ritmo e registo mais apropriados, poderá querer, por exemplo, acrescentar-lhe um pedal que acompanhe a melodia, e a destaque.

De facto, foi de modo semelhante que surgiram os primeiros géneros de música polifónica na Idade Média, a chamada polifonia gótica: uma melodia muito elaborada (melismática) inspirada no canto gregoriano clássico era cantada pela voz principal, enquanto as outras lhe criavam um ambiente harmónico coerente. Com o tempo, as outras vozes foram ganhando também destaque, umas vezes imitando a melodia gregoriana original, outras vezes nem tanto. Por altura do Renascimento (séculos XV-XVII), muitas das composições litúrgicas ainda se inspiravam claramente na melodia gregoriana original; outras, mais livres - os motetes -, embora não seguissem o desenho melódico gregoriano, nem por isso abandonavam o ambiente modal e a suavidade rítmica que garantem aquele sabor a solenidade e respeito indispensável duma celebração litúrgica.

Na verdade, a polifonia do Renascimento é considerada o género musical mais nobre e digno de integrar a Liturgia de Rito Romano - claro está que a seguir ao canto gregoriano -, como reafirmou em Novembro de 2012 o Papa Bento XVI:

«Comprometei-vos por melhorar a qualidade do canto litúrgico, sem ter receio de recuperar e valorizar a grande tradição musical da Igreja, que no gregoriano e na polifonia tem duas das expressões mais nobres (cf. Concílio Vaticano II, Sacrosanctum Concilium, 116).»

Significa isto que muito do repertório composto no período barroco e seguintes, na verdade não será o mais conveniente de ser interpretado durante a Liturgia - inclusive Bach, e Mozart! -, a pesar de ser música sacra de suprema beleza, que sem dúvida a tanta gente toca e aproxima de Deus.

Alguns Papas (p.ex. S. Pio X em 1903, Pio XI em 1928) apontam mesmo como o mais digno de ser interpretado durante a Liturgia o compositor italiano Giovanni Pierluigi da Palestrina (1525-94), cujas belas obras ainda hoje se ouvem durante a Liturgia Papal. Mas há muitos outros autores a conhecer: Johannes Ockeghem, Orlando di Lasso, Josquin des Prés, Thomas Thallis, William Byrd, Francisco Guerrero, Tomás Luis de Victoria, entre tantos, e tantos outros.

E lusófonos? Também os temos: Pedro de Escobar, Manoel Cardoso, Filipe de Magalhães, Francisco Martins, João Lourenço Rebello, Diogo Dias Melgaz, D. João IV, Frei Roque da Conceição... Para obter as suas partituras, há alguns recursos úteis, tais como o sítio dos Órgãos de Portugal, a CPDL, a colecção Portugaliae Musica, ou ainda, para os puristas que gostam da notação mensural branca, a Portuguese Early Music Database.

Este repertório, composto originalmente para côro (por vezes com outros instrumentos), não está, de modo algum, ao alcance da esmagadora maioria dos nossos córos litúrgicos. Muitas paróquias não têm cantores em número e qualidade suficientes para interpretarem o canto gregoriano ou a polifonia do Renascimento com a dignidade que estes exigem, sobretudo se pensarmos que o texto litúrgico do próprio varia diariamente, o que obriga a uma mudança contínua de repertório. Neste aspecto, um organista interessado e persistente poderá mais facilmente estudar uma ou outra peça para tocar durante a Liturgia, e desempenhar um papel insubstituível para a glorificação de Deus e santificação dos fiéis, para que mais e mais deles se sintam em casa quando ouvem a Sua música.

Sim: tocar no órgão de tubos as composições polifónicas para múltiplas vozes que a Igreja nos legou através dos séculos. Deste modo, não correremos o risco do improviso genérico fora da tradição. Pode parecer estranho tocar a partir de um sistema de 4 pentagramas ou mais, mas no passado era o que os tangedores do órgão faziam, como se vê por exemplo pelas Flores de Música do Padre Manuel Rodrigues Coelho (1620):




Aliás, os organistas da época tocavam peças de polifonia escrita em livro de côro, com as vozes separadas:




E já que o repertório polifónico oferece um tão vasto leque de peças adequadas à Liturgia, poderemos escolher uma que se adecúe à circunstância na qual vamos tocar. O que faz colocar a questão: em que momento da Missa tocar? Para responder a esta pergunta, é necessário ter em atenção que:
  1. esses momentos são os que o celebrante considerar apropriados;
  2. o organista não deve atrasar a cerimónia nem deixar o celebrante à espera;
  3. há momentos da Missa em que é conveniente manter o silêncio (p.ex. depois da homilia);
  4. há tempos litúrgicos em que é conveniente haver especial moderação no uso de instrumentos musicais (Advento e Quaresma, cfr. IGMR 313);
  5. há orações da Missa que não devem ser nunca suprimidas ou abafadas pela música; nestes casos, o órgão manter-se-á em silêncio ou, quando muito, sustentando o canto, como fôr julgado mais conveniente;
  6. o povo deve interiorizar que o som do órgão serve para facilitar a oração e não para permitir o desrespeito pelo espaço sagrado (conversa com as pessoas do lado, deslocação ruidosa pela igreja, etc.).
Dito isto, sobram poucos momentos em que o órgão possa soar sozinho:
  • aqueles para os quais os livros litúrgicos não prescrevem que se diga qualquer texto (antes de começar a Missa, depois de cantada a antífona da comunhão, depois de concluída a Missa), devendo ponderar-se o benefício do órgão em relação ao silêncio (p.ex. na acção de graças);
  • aqueles em que o texto litúrgico prescrito pode ser omitido ou apenas lido secretamente pelo celebrante (antífona do intróito, antífona do ofertório, antífona da comunhão);
  • aqueles que são sobejamente conhecidos de todos e podem ser substituídos pelo órgão de tubos conforme o uso alternatim (p.ex. Kyrie), em que órgão e côro intervêm alternadamente como se dialogando.
Assim, por exemplo:
  • Se vou tocar durante o rito penitencial da aspersão do povo com água benta, fora do tempo Pascal, eu sei que o texto indicado pelo Graduale Romanum (pág.707) para esse momento é o Asperges me, Domine, hyssopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor (Salmo 50,9), pelo que posso escolher a peça homónima de Manoel Mendes:
  • Se me pedem que toque durante ou depois da comunhão na Missa da Vigília do Nascimento do Senhor, vejo que o Graduale Romanum (p.40) indica para este momento o texto Revelabitur gloria Domini: et videbit omnis caro salutare Dei nostri (cf. Isaías 40,5), pelo que poderei tocar a peça de Estêvão Lopes Morago:





E assim para qualquer outra ocasião. Deste modo, o som do órgão aproxima-se da perfeição da voz humana e «converte-se num sinal eminente do cântico novo que devemos cantar a Deus. De facto, cantamos verdadeiramente um cântico novo quando vivemos dignamente, quando aderimos à vontade de Deus com alegria e entusiasmo, quando cumprimos o mandamento novo, amando-nos uns aos outros» (Ritual de Bênção do Órgão).

Órgão da Catedral de Mariana,
em Minas Gerais, no Brasil.

domingo, 19 de agosto de 2012

61ª Semana de Estudos Gregorianos



Recomendamos vivamente a todos os interessados em música sacra litúrgica a frequência deste curso completo e leccionado por experientes docentes. Uma óptima desculpa para desfrutar da bela cidade de Viseu. Mais informações no site do Centro Ward - Júlia d'Almendra:

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Site «Órgãos de Portugal»

Este site é dedicado aos órgãos de tubos existentes em Portugal.
Nele pretende-se mostrar o valioso espólio organístico português essencialmente através de fotografias, na sua maior parte, gentilmente cedidas por diversos "organófilos" do nosso país. Serve também para alertar para o estado de degradação que grande parte do nosso património organístico atingiu.

Património que pode e deve ser readmitido ao culto litúrgico.
Neste site poderá ainda encontrar numerosas partituras de obras para órgão de Manuel Rodrigues Coelho, Carlos Seixas, entre outros.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Música própria para as Exéquias e Missa de defuntos / Liturgia defunctorum

Nota prévia: para a melhor execução destes cânticos, recomenda-se a frequência dos cursos com Monsenhor Alberto Turco.

Cânticos para o velório

Quando o corpo do defunto fôr depôsto no féretro, podem cantar-se estas antífonas com seus salmos:


Apud Dominum misericórdia et copiosa apud eum redémptio, com o salmo 129 - De profundis:





Memento mei Dómine Deus dum véneris in regnum tuum, com o salmo 22:




Missa

Por ocasião do 30º dia do falecimento da minha avó, reuni um grupo de jovens amigos totalmente inexperientes no canto sacro e mais 2 membros da Capella, e ensaiei com eles o reportório da missa de Requiem, que incluiu as seguintes peças:

Missa de Requiem - 9 de Dezembro de 2011

Intróito e Gradual do Graduale Novum, na versão restaurada do Graduale Romanum, livro editado a pedido da Constituição Apostólica Sacrosanctum Concilium, nº 117, a qual disse: «Procure terminar-se a edição típica dos livros de canto gregoriano; prepare-se uma edição mais crítica dos livros já editados depois da reforma de S. Pio X.».

Aleluia, Ofertório e Comunhão do Graduale Simplex, edição que responde ao mesmo nº do mesmo documento: «Convirá preparar uma edição com melodias mais simples para uso das igrejas menores.»

Para ensaiar as peças, criei uma playlist no Youtube, e distribui-a aos cantores para cada um ensaiar por si:


Ensaiámos uma vez na mesma semana da missa, e no próprio dia antes da missa. Gravámos um excerto do intróito da Missa, que considero um bom exemplo do que se poderá fazer em qualquer paróquia, haja vontade para tal:


Volto a frisar que cantaram homens na casa dos 20 sem quaisquer conhecimentos prévios de canto gregoriano, leitura de partituras musicais, ou técnica vocal, sob a direcção de um maestro (eu) sem preparação e que não havia nunca até à data dirigido um côro. A reacção de celebrante e assembleia, no final da missa, foi calorosa e agradecida.

Esta participação numa missa ferial teve também as particularidades de ter sido acompanhada a órgão, em quase todas as peças, e de ter sido proclamada a 1ª Leitura em português, segundo a entoação gregoriana proposta para o efeito no Graduale Romanum. A todos os que permitiram que isto acontecesse, os meus sinceros agradecimentos.

Outra gravação do intróito Requiem, pelo projecto eslovaco graduale:




Não deixeis de escutar (ou ler) a meditação do Padre Paulo Ricardo sobre o hino Dies irae. Este poema forma a Sequência que se canta antes do Evangelho na Missa de Defuntos na Forma Extraordinária do Rito Romano (Missa Tridentina), mas na Forma Ordinária (Pós-Vaticano II) ainda pode ser cantada durante as Laudes e Vésperas da Liturgia das Horas na 34ª semana do t.c., depois do Domingo de Cristo-Rei.


Ainda sôbre esta seqüência escreveu Bruder Jakob:
È stato per secoli uno dei canti liturgici più conosciuti e diffusi sia nella liturgia sia nell’ambito della vita sociale quotidiana. L’esplicito riferimento alla morte e al giudizio finale ne hanno fatto un testo meditato con un profondo sentimento di speranza nella misericordia di D-i-o; ma non mancano situazioni che sfuggono alla fede e alla razionalità per sfociare nell’universo nebbioso della superstizione e del grottesco fantastico. Per tanti motivi il Dies irae ha destato attenzione in campo musicale, tanto che è difficile calcolare il numero delle sue elaborazioni vocali e strumentali. Alcuni temi della versione tradizionale – che si può far risalire al secolo XII-XIII – hanno offerto lo spunto per nuove musiche polifoniche e orchestrali sino alla recente composizione del gallese Karl Jenkins inserita nella messa da Requiem. Per non parlare delle tante citazioni sparse in altre opere come la Sinfonia fantastica di Berlioz, la Danza macabra e il Mefisto Valzer di Liszt, alcune composizioni di Rachmaninoff.
Il Dies irae proviene dalla rilettura di vari testi presenti nella tradizione cristiana a partire da un passo del profeta Sofonia (1, 15-16). Non mancano paralleli in alcuni canti liturgici della liturgia dei defunti, nonché espressioni desunte dal vocabolario giuridico romano e patristico. Non è escluso che almeno una parte del Dies irae sia stato concepito quale tropo del responsorio Libera. Altri elementi confluiti dalla redazione testuale sembrano derivare, secondo VELLERKOOP, dal patrimonio simbolico. Il processo creativo del testo si attesta probabilmente prima come preghiera poetica, modificata e assunta in un secondo tempo come sequenza. Il testo è formato da versi trocaici a rima baciata (aaa bbb ccc …). Quest’ultimo è un elemento che distingue il Dies irae, ad esempio, dalla tessitura delle sequenze parigine (aab ccb dde ffe …).
La sequenza nella forma classica presenta una melodia ripetuta su due strofe (aa bb cc dd …).. Nel Dies irae la struttura è complessa, sembra quasi amplificare l’impianto arcaico delle sequenze a doppio corso (aa bb cc aa bb cc …):
sezioni melodie strofe
I ABC 1-2, 7-8, 13-14
II ABC 3-4, 9-10, 15-16
III ABC 5-6, 11-12, 17
IV AB 18
V AB 19
VI AB 20
Preghiera divenuta musica, la sequenza è un canto che esprime la fede del popolo cristiano, la prospettiva che si apre a ogni credente mentre s’avvicina all’incontro faccia a faccia con D-i-o. Alcune espressioni rivelano una cultura che lascia oggi perplessi, ma occorre leggere e meditare e cantare il Dies irae con l’orecchio teso a recepire le parole del poema all’interno della tradizione orante della Chiesa. Tutti gli uomini – rappresentati qui dalla cultura ebraica (Davide) e classica europea (la Sibilla) – potrebbero immaginano nel momento del giudizio universale una dissoluzione catastrofica del mondo, ridotto ormai a cenere e brace. Tremore e panico pervadono ogni realtà nel momento in cui giunge il giudice cui nulla sfugge, il cui sguardo non può essere fermato da nessuna astuzia umana. Ci troviamo quindi in un momento assai critico. C’è da tapparsi le orecchie per non udire il frastuono di una tromba che infila le sue vibrazioni in ogni tomba e le sconquassa. Che pensare? Siamo liberi ormai dalla morte o siamo pressati sotto il trono del giudice che implacabile ci condannerà senza scampo?
Si potrebbe andare avanti nel leggere la sequenza con occhiali che oscurano l’orizzonte, con la sensazione crescente che ormai non c’è più nulla da fare, più nulla da sperare. Nel punto preciso in cui si avverte che ormai non c’è più possibilità di ritorno, di scampare all’ira divina, la liturgia fa echeggiare nei vocaboli una risonanza diversa.
La sequenza non è un canto pagano piagnucolato da una massa incredula o gridato da un cuore disperato. La sequenza parte dalla situazione paganeggiante in cui viviamo anche se cristiani, con le nostre abitudini sociali e mentali che sono sfuggite alla conversione del Vangelo. Ma forse resta ancora qualche cosa, risuona un’eco lontana, si fa strada una voce, la speranza. Sì, c’è senz’altro un trombone che getta confusione e mette paura. Ma non esiste soltanto la tuba del Dies irae. Beata con la paura che riesce a zittire il chiacchiericcio interiore.
In un momento di silenzio forse riusciamo di nuovo ad ascoltare non più noi stessi, ma LUI. E con la tremolante mano tesa dell’accattone riusciamo a cogliere altri canti. Un canto diverso ora risuona e ci avvolge: Exultet iam angelica turba caelorum … et pro tanti regis victoria tuba intonet salutaris. Certo, quando risorgeremo per rispondere al giudice, saranno sorprese e la morte e la natura, ma sarà sempre poca cosa, anzi nulla, a confronto con lo stupore travolgente di quando Cristo è risorto.
Nell’ottica pasquale della morte e risurrezione del Verbo incarnato, le asperità della sequenza sono smussate e mitigate. I nostri tradimenti svaniscono alla luce della fedeltà di D-i-o. I nostri peccati – O felix culpa! – evidenziano ancor di più la grazia redentrice. Il peccatore si rianima, il giusto trova serenità nell’umile gratitudine che fa della sua vita un rendimento di grazie, memoria e prolungamento dell’Eucaristia. La vittoria del re sulla morte rivela la sua dolcezza. È la fonte dell’amore misericordioso che trasfigura l’immagine, ingigantita dai nostri malaffari, del re spietato, terrificante.
Così riprende con maggior respiro la preghiera. Abbiamo ricuperato la fiducia in Qualcuno che talora stentiamo a riconoscere. Il Verbo di D-i-o, che si è reso visibile, che si è potuto avvicinare e toccare, proprio a causa mia ha lasciato la sede paterna, si è messo in viaggio, ha girovagato per le strade del Medio Oriente per cercarmi. Di porta in porta ha bussato, ha incontrato tante persone ferme a discutere oppure a oziare. A tutti ha rivolto lo sguardo, fino allo stremo ha guardato tutti per vedere me. Non sia stata vana tutta quella fatica! Ora abbiamo la forza di reggere la presenza del giudice perché comprendiamo che solo da Lui viene la giustizia, che solo in Lui potremo essere giusti accogliendo, sempre da Lui, il perdono, la remissione delle colpe. Quando non troviamo parole per dirgli le nostre pene e confessare le nostre colpe, sarà l’arrossire a svelargli con il nostro imbarazzo anche il desiderio di metterci alla sua presenza, di aprirgli il nostro cuore. Sempre consapevoli che le preghiere non saranno mai adeguate a esprimere la preghiera della nostra vita. Siamo in compagnia della Maddalena, del buon Ladrone, di quanti hanno ricuperato la dimensione della speranza abbandonandosi alla sua misericordia. Con i santi attendiamo con ansia di raggiungere i beati. Sarà un giorno di pianto, ma le lacrime della vergogna e della sofferenza si trasformeranno in lacrime di gioia. Pie Iesu Domine, Tu ora ci chiami, Tu ci inviti a entrare nel tuo riposo.


Gravação do ofertório Domine Iesu Christe, pelo eslovaco:



Improviso para órgão inspirado nos intróito e comunhão Lux æterna da missa dos mortos:



Escutai também as seguintes versões polifónicas para a Missa pelos defuntos:

Missa a 6 vozes, do Frei Manuel Cardoso:



Missa a 6 vozes, de Filipe de Magalhães:



Benedictus e Agnus Dei a 8 vozes da Missa pro defunctis de Gonçalo Mendes Saldanha:



Missa a 8 vozes de Duarte Lobo:

Introitus



Kyrie



Graduale



Offertorium



Sanctus



Agnus Dei



Communio



Missa de Manuel Mendes:

Introitus



Kyrie



Versículo do Gradual Responsorial




*

Gravação de 12-7-2018:
Iglesia de la Colegiata de Pastrana https://www.facebook.com/MuseoParroquialDeTapicesDePastrana
Academia de Polifonia Espanhola https://www.facebook.com/polifoniaespanola
Padre Áron OSB https://www.facebook.com/kelemen.a.osb
Cantores Sancti Gregorii https://www.facebook.com/cantoressanctigregorii
Missa Requiem de Francisco Guerrero

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Concerto de Órgão - Mosteiro dos Jerónimos - Sexta, 30 de Setembro de 2011, 21h30

Programa

Dietrich Buxtehude (1637-1707)
Magnificat primi toni

Georg Böhm (1661-1733)
Vater unser

Johann Sebastian Bach (1685-1750)
Concerto em ré menor, BWV 596
[Allegro] – Fuga – Largo e spiccato – [Allegro]
(Transcrição do Concerto Op. 3, nº 11 - RV 565 de Antonio Vivaldi (1678-1741))

Félix Mendelssohn Bartholdy (1809-1847)
Sonata IV, op. 65 (1845)
Allegro con brio
Andante religioso
Allegretto
Allegro maestoso e vivace

Charles-Marie Widor (1844-1937)
Andante sostenuto (da Symphonie Gothique, op. 70)

Olivier Messiaen (1908-1992)
Dieu parmi nous (Meditação IX do ciclo Nativité du Seigneur)

Organista António Esteireiro.

« A Igreja tem o seu tradicional instrumento musical; referimo-Nos ao órgão, que pela sua maravilhosa grandiosidade e majestade foi considerado digno de se enlaçar com os ritos litúrgicos, ora acompanhando o canto, ora durante os silêncios dos coros e segundo as prescrições da Igreja, difundindo suavíssimas harmonias. »

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