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quinta-feira, 4 de abril de 2024

Bellinazzo: a origem dos próprios das Missas do Natal

Continuamos a tradução e republicação
dos magníficos artigos contidos no 

Boletim informativo do centro de Canto Gregoriano «Dom Jean Claire» - Verona
n° 3 - Setembro - Dezembro 2019

 

Nicola Bellinazzo

O “PROPRIUM MISSÆ”
DO DIA DE NATAL

Premissa
A celebração do Natal do Senhor encontra a sua origem teológica e espiritual na Páscoa, onde se torna presente o mistério da passagem da morte à vida com Cristo. São Leão Magno fala do Natal como poderia ter falado da Páscoa. Sobre isso escreve: «...dia escolhido para o mistério (sacramentum) da restauração do género humano na graça» [1]. O Natal torna-se então num aspecto do único sacramentum celebrado nos seus diversos aspectos.

[1] LEÃO MAGNO, Serm., 9 (De Natale Domini): CCL 138, 139

1. Missa de Vigília (In Vigilia)
Na Missa da Vigília, os textos estão claramente orientados para a Páscoa. Nela são mencionadas diversas vezes as etapas do plano de salvação de Deus. Assim como a Páscoa, também o dia de Natal foi dotado de uma vigília, facto atestado já em meados do século VI, e, como dizíamos, constrói-se segundo o modelo da vigília pascal, com peças retiradas do Antigo Testamento no que diz respeito às leituras em particular.
No Intróito a vinda do Senhor relaciona-se com a salvação e esta com a sua glória, “glória” com significado messiânico e escatológico: Hodie scietis, quia veniet Dominus, et salvabit nos: et mane videbitis gloriam eius.
Tanto o texto do intróito como o do gradual são retirados de Êxodo 16, 6-7 e de Isaías 35,4 e fazem uma clara referência à Páscoa. Esta passagem, em que Êxodo se refere à promessa do maná, a Igreja considerou-a indicativa da promessa (vinda) do Filho de Deus.
Construído na corda de Fá (= Dó na escrita arcaica) com um pequeno acento em Sol na sílaba “e” do verbo scietis. O Sib é um ornamento do Sol. O compositor mete em evidência o Hodie inicial sublinhando o verbo scietis, trazendo-o, da corda de recitação, para o grau superior Sol. A peça desenvolve-se no grave, na subtónica Ré (= Lá ); sublinha com bivirga a sílaba tónica do verbo salvabit e da palavra gloria.

O gradual Hodie scietis tem no caput o mesmo texto do intróito; enquanto o verseto é retirado do salmo 79,2.3. Construído sobre o timbre modal dos graduais de 2º modo em A (protus à quarta), transportado para a quinta superior em clave de Dó.

O ofertório Tollite portas, versículo sétimo do salmo 23, deriva originariamente da festa de 2 de Fevereiro, Apresentação do Senhor no templo, com a qual se concluía o tempo do Natal. Mas é também o salmo do Senhor que entra em Jerusalém.
O texto: Tollite portas, principes, vestras: et elevamini, portæ æternales, et introibit Rex gloriæ.
A composição é construída na corda Ré (=Lá), com acentos melódico-verbais à 3ª (Fá=Dó), à 4ª (Sol=Ré) e, até, à quinta (Lá=Mi) em gloriæ. A simbiose do ápice musical com o textual da peça é constituída sem dúvida alguma pelos neumas e pelo iubilus conclusivo de Rex gloriæ, o «Rei da glória», protagonista absoluto desta entrada.

A communio Revelabitur, cujo texto é retirado de Is. 40,5, é escolhida para esta celebração vigiliar em referência à frase final: et videbit omnis caro salutare Dei nostri; a melodia e o texto de salutare Dei nostri provêm da communio da terceira missa In die, a primeira a ser composta.
Revelabitur gloria Domini: et videbit omnis caro salutare Dei nostri. 

A aleluia Crastina die, no Sextuplex [2], é citada somente pelo manuscrito de Senlis (segunda metade do séc. XI). Os demais manuscritos convidam o cantor a usar qualquer aleluia (quale volueris) do tempo do Advento, ou a omitir o canto. O texto é uma composição poética livre.

[2] ANTIPHONALE MISSARUM SEXTUPLEX, editado por Dom René-Jean Hesbert, Herder Roma 1935

2. Missa da Noite (In Nocte)
Dado que a celebração mais antiga do dia de Natal é a Missa In Die, as outras duas celebrações são desta uma emanação.
Os manuscritos do Sextuplex são discordantes ao atribuirem o título à Missa In nocte: alguns chamam-na de In Nocte ou In primo galli cantu; outros, Prima in gallorum cantu ou Media nocte.

A Missa In Nocte vem a ser instituída por volta do séc. V e representa a celebração estacional votiva do Natal, segundo o modelo das celebrações que se realizavam nos túmulos dos mártires. Acontecia na Basílica de Santa Maria Maior, também chamada de Basílica Sancta Maria ad præsepem, pelo facto de nela se conservar uma relíquia do berço/manjedoura.

O intróito Dominus dixit ad me: filius meus es tu, ego hodie genui te, é uma breve composição que tem como texto o sétimo verso do salmo 2. Um salmo régio que se reveste de particular importância para a leitura messiânica que lhe foi feita (vitória do Rei-Messias) e pela nova interpretação dada no Novo Testamento: a geração eterna do Verbo. Sobre este tema escolher-se-á também o gradual Tecum pricipium e a communio In splendoribus. Trata-se de uma escolha típica da historicização do repertório gregoriano.
O intróito primitivo desta missa deveria haver sido o Dum medium silentium, seguramente mais adequado à celebração nocturna do Natal: Dum medium silentium tenerent omnia, et nox in suo cursu medium iter haberet, omnipotens sermo tuus, Domine, de cælis a regalibus sedibus veniet (Sabedoria 18,14-15). Substituído pelo Dominus dixit ad me, foi recuperado para a formação do Proprium do segundo domingo depois do Natal. É uma peça da tradição galicana: composição de Ré (= Sol) com desenvolvimento melódico estendido a uma quarta tanto aguda como grave.
Se dirigirmos o olhar para o repertório de Milão, constatamos que o mesmo texto de Dominus dixit é usado como antífona após o Evangelho da missa In aurora. As duas peças equivalem-se modalmente e são comparáveis ​​(protus plagal, arcaizante à 3ª); a única diferença está no género melódico: no gregoriano género semi-ornado, no milanês silábico.

Assim, o gradual da historicização Tecum principium (terceiro verso do salmo 109) proclama a geração eterna do Verbo: Tecum principium in die virtutis tuæ: in splendoribus sanctorum, ex utero ante luciferum genui te.
A sua composição está feita sobre o timbre de protus à quarta (2* modo): a corda estrutural do caput é o Lá, com desenvolvimento da dominante em Dó; enquanto o verso está na 4ª em Ré. Também este gradual substituiu o tracto/gradual primitivo Speciosus forma, que foi recuperado pelo segundo domingo depois do Natal como Dum medium silentium.

A aleluia Dominus dixit ad me retoma o texto do Intróito (Sl 2). É construída sobre o timbre modal das aleluias de tetrardus plagal.

O ofertório Lætentur cæli está em deuterus plagal, como os ofertórios de Páscoa e Pentecostes. O texto foi extraído do Salmo 95: Lætentur cæli et exsultet terra ante faciem Domini, quoniam venit.

A communio In splendoribus sanctorum retoma o texto do salmo 109(110): In splendoribus sanctorum, ex utero ante luciferum genui te.
A estrutura melódica está encavilhada na corda de Fá, que de finalis se torna corda de recitação: modo arcaico. O compositor dá um amplo respiro a toda a peça, seja pela sua brevidade, seja pela importância de que se recobre neste contexto: o Verbo coeterno com o Pai.

3. Missa da Aurora (Mane prima)
NoAntifonale Missarum Sextuplex, a Missa da Aurora é chamada, pelos seis manuscritos, por diversos modos: Mane prima; Mane prima Statio ad Sanctam Anastasiam; In vigilia mane prima, Statio ad Hierusalem.
Até meados do século VI, o Papa celebrava esta missa diretamente na Basílica de São Pedro. Mas já a partir do final do século IV existia no Monte Palatino um Titulus Anastasiæ, uma igreja edificada na propriedade de uma mulher piedosa de nome Anastácia ou, como sustentam outros estudiosos, dedicada à ressurreição; construída no modelo da Anastasis de Jerusalém. Para o final do século V, desenvolve-se em Roma o culto a Santa Anastásia mártir. Este culto vem do Oriente, precisamente de Constantinopla, onde no dia 25 de Dezembro se celebrava a decapitação da santa mártir. A igreja assumiu o título de Santa Anastásia, e o papa, por obséquio à autoridade imperial bizantina, vinha ali celebrar a missa no dia da festa da mártir, que coincidia com o Natal. A missa, no início, tinha um formulário próprio com um seu prefácio, como nos indica o Sacramentário Gelasiano.
Da igreja de S.ª Anastásia o papa dirigia-se seguidamente para a Basílica de São Pedro para celebrar a missa do dia. Portanto, o Proprium desta missa é formado por peças recuperadas das outras duas missas no Natal. [3]

[3] Recordemos alguns costumes do Natal: só o bispo podia entoar o Gloria in excelsis Deo, privilégio que se conservou até ao século X; os sacerdotes podiam celebrar três missas, usança atribuída a Pedro, abade de Cluny.

O intróito Lux fulgebit é o mais recente dos intróitos. Provem da tradição galicana/gregoriana. O texto é um remanejamento do intróito Puer natus: Lux fulgebit hodie super nos: quia natus est nobis Dominus: et vocabitur Admirabilis, Deus, Princeps pacis, Pater futuri sæculi: cuius regni non erit finis.

No gradual Benedictus qui venit, o responso primitivo do Confitemini (salmo 117) conservou a função de resposta (caput) do novo verso 23: A Domino factus est: et est mirabile in oculis nostris, tomando porém a melodia do responsório homónimo. O presente salmo pro vem da missa In die. A salmodia mais antiga e prrópria da Páscoa e do Natal é representada pelo salmo 117, com responso, à época da forma responsorial, Hæc dies e Benedictus qui venit, respectivamente para a Páscoa e o Natal. Não se pode excluir que a escolha do responso Benedictus qui venit venha diretamente da Igreja de Jerusalém.

A aleluia Dominus regnavit é o primeiro versículo do salmo 92; é seguramente a peça originária da missa In die, como o foi para o dia de Páscoa. As fórmulas melódicas desta aleluia, em protus plagal, serviram de modelo para a composição do timbre de 2º modo. Dominus regnavit, decorem induit: induit Dominus fortitudinem, et præcinxit se virtute.

O ofertório Deus enim firmavit, do Salmo 92, o mesmo do Dominus regnavit, também se encontra como ofertório no domingo seguinte ao Natal. Poderia tratar-se do primitivo ofertório primitivo do Natal.
Deus enim firmavit orbem terræ, qui non commovebitur: parata sedes tua, Deus, ex tunc, a sæculo tu es.

A communio Exsulta filia Sion não possui texto sálmico; é retirada do livro do profeta Zacarias, no cap. 9. O mesmo texto se encontra no IV domingo do Advento segundo o Antifonal de Rheinau (séc. VIII-IX), constante do Sextuplex. Exsulta filia Sion, lauda filia Ierusalem: ecce Rex tuus venit sanctus, et Salvator mundi.

4. Missa do dia (In die)
Mais uma vez queremos reiterar que a missa primitiva do dia de Natal é a In die. Pelos manuscritos mais antigos é chamada de: In die natalis Domini, VIII Kalendas Januarias Natale Domini ad missam in die ad Sanctum Petrum, In die natalis Domini que est, VIII Kalendas Januarias, Statio ad Sanctum Petrum.

O intróito Puer natus, em tetrardus autêntico, é o primitivo canto processional de ingresso da missa de Natal, desde quando se havia uma única celebração, com a Statio em São Pedro. O texto é profético (Is 9,6) e pretende exprimir o nascimento temporal do Verbo.
Puer natus est nobis, et filius datus est nobis: cuius imperium super humerum eius: et vocabitur nomen eius, magni consilii Angelus.

O gradual Viderunt omnes repropõe como texto o salmo 97: Viderunt omnes fines terræ salutare Dei nostri: iubilate Deo omnis terra. Notum fecit Dominus salutare suum: ante conspectum gentium revelavit iustitiam suam.
O texto deste gradual substituiu o primitivo do salmo 117.
No que diz respeito à melodia, trata-se de um tritus autêntico, composição estranha aos graduais primitivos do Natal e da Páscoa.

A aleluia Dies sanctificatus propõe um texto eclesiástico. Melodicamente falando, trata-se do timbre modal de 2º modo.
Dies sanctificatus illuxit nobis: venite gentes, et adorate Dominum: quia hodie descendit lux magna super terram.

O ofertório Tui sunt cæli é retirado do Salmo 88. É um texto genérico que não tem muita ligação para o mistério que se celebra. Do ponto de vista compositivo é um deuterus plagal, como os ofertórios da Páscoa e do Pentecostes.
Tui sunt cæli, et tua est terra: orbem terrarum, et plenitudinem eius tu fundasti: iustitia et iudicium præparatio sedis tuæ.

O texto da communio Viderunt omnes fines terræ salutare Dei nostri repropõe, a par do gradual e e do verseto salmódico do Puer natus, o Salmo 97, na óptica do tema “o nascimento na história do Verbo”. A melodia, em protus autêntico, sublinha a presente temática  na acentuação das palavras ... fines terræ ... salutare.

Conclusão

Com esta breve pesquisa musical e litúrgica, quisemos afastar todas aquelas “receitas” ou considerações “romântico-evocativas” que pairam em torno da festa do Natal. Música e liturgia viajam de par e passos, completando-se, enriquecendo-se para poder exprimir, no melhor modo possível, o mistério do Verbo encarnado. A ampliação da festa do Natal, com as suas quatro celebrações, incluída também a Vigília, encontra nos textos e no canto gregoriano a sua máxima expressão. Não se pode esaurir todo o mistério da Encarnação com uma só e simples celebração e com melodias simples ou de remédio. O canto gregoriano exprime-se com melodias “únicas”, surpreendentes, com obras-primas, não só musicais mas também teológicas, sublinhando a importância das palavras ou frases que servem para celebrar dignamente o mistério.
Propomos de seguida como haveria sido o formulário da mais antiga e primitiva Missa do Natal:

In. Puer natus est
Gr. Confitemini, do salmo 117 com refrão Benedictus qui venit
Al. Dominus regnavit
De. Deus enim firmavit
Co. Viderunt omnes

domingo, 29 de novembro de 2020

Descoberta de nova edição do Enchiridium Missarum Sollemnium de João Dias

Contarei aqui um caso que nos tem entretido nos últimos tempos, desde Maio de 2019 quando o amigo português de Olivença José António González Carrillo me mostrou umas fotografias dum cantoral impresso e por ele adquirido uns anos antes na Feira da Ladra aquando duma sua visita a Lisboa: 


Crédito: José António González Carrilho.

O exemplar deste amigo encontra-se, e já se encontrava à data da compra, amputado da sua encadernação original, assim como dos fólios iniciais contendo os título e autor, data e local de imprensa, licenças, dedicatórias e índice; tão-pouco se encontrou qualquer colofão, e o final do livro mostra-se incompleto (verso do fólio 180, erradamente paginado com 160, com a sequência Dies irae da Missa pro defunctis). Tratava-se, portanto, de um livro de cantochão por identificar, impresso a duas cores (rubrum para as rubricas e pentagrama, nigrum para os restantes elementos), com cânticos gregorianos de vésperas e missas das principais festas e solenidades do ano litúrgico. O caro leitor poderá consultar todo o livro graças à generosidade do seu proprietário que o fotografou por inteiro.

Chamou-me à atenção a nota manuscrita neste primeiro fólio, onde se podem ler as palavras Liberal Sampaio: provavelmente um anterior proprietário. Através duma pesquisa na internet, rapidamente chegámos ao blog Outeiro Seco - A Quem Interesse, da autoria de Humberto Ferreira, assim como às Velharias do Dr. Luís Montalvão, que confirmaram ser esta anotação uma assinatura do Doutor Liberal Sampaio, influente figura do Norte Português, mais concretamente de Chaves, na transição entre os séculos XIX e XX. A assinatura presente no cantoral comparada com a de outros documentos da autoria do Padre Liberal Sampaio prova que este foi o seu proprietário há cerca de 100 anos.

Exemplo de caligrafia do Pe. Liberal Sampaio.
Crédito: Luís Montalvão.

Adicional prova de que o livro pertenceu ao ilustre Doutor está no título "Cantochão" em caligrafia mais moderna coincidente com a cota 1281 da 2ª página do catálogo realizado postumamente pelos herdeiros do Sacerdote, cota esta com o mesmo exacto título, sem informações de autor nem data ou local de publicação, e colocada na secção Assuntos Teológicos.

Topo da folha de rosto do cantoral descoberto.
Crédito: JAGC.

 

Excerto do catálogo da biblioteca do solar dos Montalvões.
Crédito: LM.

 

À data da última transacção, o exemplar não possuía qualquer cota.
Crédito: JAGC.

Mas quem fôra, afinal, Liberal Sampaio? José Rodrigues Liberal Sampaio nasceu a 29 de Julho de 1846 em Sarraquinhos, concelho de Montalegre. Foi pároco do Outeiro Seco, no concelho de Chaves, onde viveu a maior parte da sua vida. De 1886 a 1891 estudou em Coimbra com excelente aproveitamento académico. Nas palavras de Luís Montalvão, seu trisneto e biógrafo, Liberal Sampaio "era um homem muito culto, formado em teologia e direito, colaborador regular na imprensa periódica flaviense, numismata, bibliófilo e fazia parte da extensa rede de colaboradores de José Leite de Vasconcelos, que o informavam de tudo o que existisse de interesse arqueológico e etnológico em cada parte do País." Granjeou fama de grandíssimo orador, tendo sido honrado por Sua Majestade com o título de pregador da Casa Real. Fundou um colégio que ensinou muitos notáveis, projectou uma Biblioteca Municipal e um Museu Regional em Chaves, e acumulou várias centenas de livros na biblioteca da sua residência no solar dos Montalvões em Outeiro Seco. Manteve-se sempre activo intelectualmente, tendo falecido no dia 29 de Outubro de 1935, aos 89 anos de idade.

O padre José Rodrigues Liberal Sampaio, no momento da sua formatura.
Foto de J. M. Santos, Phot. Conimbricense. Crédito: LM.


Fachada poente do solar da família Montalvão, em Outeiro Seco, Chaves.
A biblioteca corresponderia às três grandes janelas no primeiro plano. Crédito: LM.



José Maria Ferreira Montalvão (filho de Liberal Sampaio) na biblioteca da família.
Podem ver-se todos os livros cotados. Crédito: LM.


A personalidade idónea de Liberal Sampaio faz-nos crer que o livro tenha chegado à sua posse já amputado dos elementos identificativos de que actualmente carece, não sendo impossível que tenha sido ele mesmo o responsável pela actual encadernação. Contudo, nada sabemos acerca de quando, onde, ou como o livro tenha sido por ele adquirido, nem que uso este lhe deu durante a sua vida. Seja como fôr, o cantoral foi vendido nos anos 80 (juntamente com a restante biblioteca do solar dos Montalvões) a um alfarrabista em Lisboa, o qual por sua vez o terá revendido, e nalgum momento a respectiva cota (se é que chegou a ser acrescentada ao livro) terá sido retirada. Finalmente, na última década, este precioso exemplar foi comprado por José António González Carrilho na Feira da Ladra em Lisboa e daí levado para Olivença.

Pois bem, na nossa busca por qual seria esta edição, fomos ao sítio da Biblioteca Nacional Digital, à procura de algum exemplar semelhante que nos pudesse dar mais informações. Fomos felizes, em que encontrámos algo muito semelhante!


Crédito: BND.
 
As semelhanças são muitas, parecendo o exemplar da BND uma edição mais antiga que a de Olivença. Na verdade, trata-se de duas edições do Enchiridium Missarum Sollemnium et Votivarum cum vesperis, do Padre João Dias, impresso e reimpresso em Coimbra em finais do século XVI e princípios do XVII.
 
A palavra latina Enchiridium vem do grego ἐγχειρίδιος que significa livro manual; usou-se para designar uma colectânea de utilidades, habitualmente incompleta mas essencial, sobre determinado assunto. Por exemplo, Sexto Pompónio coligiu um inquirídio sobre leis romanas; Santo Agostinho sobre as três virtudes teologais da fé, esperança e caridade; e Erasmo de Roterdão sobre as virtudes do soldado cristão. No nosso caso, trata-se duma colecção com os cantoschãos mais importantes do ano, isto é das Missas e Vésperas das principais festas litúrgicas do ano, segundo o rito romano reformado pelo Concílio de Trento, em Portugal.
 
Terá sido um género muito divulgado em Portugal a partir da chegada da imprensa e sua aplicação à música. O padre e bilioteconomista português Diogo Barbosa de Machado em meados do século XVIII na sua monumental Bibliotheca lusitana recolhe para além do do Padre João Dias (vol.II, p.650) também outro entretanto perdido: 

 Também Matias de Sousa Villalobos imprimiu o seu, no final do século XVII:
 
https://digitalis-dsp.uc.pt/bg1/UCBG-MI-150/UCBG-MI-150_master/UCBG-MI-150_JPG/UCBG-MI-150_JPG_24-C-R0100/UCBG-MI-150_0013_1_t24-C-R0100.jpg
Note-se a semelhança com os outros dois fólios mostrados acima.
Crédito: BGUC.


Sobre esta última edição, Ernesto Vieira, no seu Diccionario Bibliograpico de Muzicos Portuguezes, refere que seria "egual ao de outras idênticas" (vol. II, pp.402-406).
 
A importância deste tipo de publicações prende-se não apenas com o estudo da prática do cantochão eclesiástico mas também da polifonia ("canto-d'órgão") com a qual se relacionava intimamente. O investigador Rui Cabral, p.ex., em artigo publicado na Revista Portuguesa de Musicologia de 1996, sugere que o Mestre Manuel Mendes poderia ter tomada a melodia do Kyrie pro defunctis do Enchiridium de João Dias para compôr a última secção do Kyrie da sua Missa polifónica de defuntos. O mesmo trabalho refere ter-se então conhecimento apenas das edições de 1580 e 1585 do Enchiridium, nas quais aliás a sequência Dies irae se não encontra, contrariamente à versão em Olivença:


Verso do antepenúltimo e rosto do último fólios sobreviventes do exemplar do Enchiridium em Olivença. Crédito: JAGC. 
 
Colocámos assim a questão ao investigador e especialista na matéria, o Prof. José Abreu, que muito gentilmente em correspondência privada nos garantiu ser o exemplar de Olivença uma reedição do Enchiridium de João Dias, nomeadamente mais tardia que os exemplares conhecidos de 1609 (site da Biblioteca Nacional Digital e reservados da Biblioteca Municipal do Porto) e de 1621 (Universidade de Évora), sendo provavelmente muito próxima desta última.

Gostaríamos, portanto, de deixar estas informações ao cuidado da musicologia nacional e internacional, a fim de mais estimular o estudo e o avanço da ciência assim como da preservação e desenvolvimento do património.
 
Um agradecimento sentido a todos os envolvidos, sobretudo ao José António González Carrilho por partilhar a sua colecção privada, ao Luís Montalvão por partilhar a sua história familiar, e ao José Abreu por partilhar o seu trabalho académico: que todos um grande Bem hajam!

*

P.s.: Na sequência desta descoberta o Dr. Luís Montalvão publicou um interessante artigo cuja leitura se recomenda vivamente e no qual desenvolve o assunto do solar senhorial do Outeiro Seco e respectiva importância para a cultura nacional.

sábado, 17 de outubro de 2020

Os boletins do Centro "Jean Claire" de Verona

São publicados na página do Facebook desta associação italiana fundada e dirigida pelo Monsenhor Alberto Turco em homenagem a um seu mestre francês. Para saber mais sobre a associação, existe igualmente o sítio permanente.

Os boletins publicam-se a cada quatro meses (quadrimestrais) e apresentam curtos artigos em língua italiana da autoria de entendidos estudiosos do canto gregoriano. Todos eles se encontram na rede social da organização e podem também pedir-se em PDF para o seu email: gregorianavox@gmail.com . De seguida um breve elenco dos assuntos nos boletins já publicados:

2019 - 0
Sessantini: é necessário unir todos os que estudam o canto gregoriano e exigir elevada qualidade científica ao seu trabalho.

2019 - 1
Turco: Sobre a oscilação entre os modos de re e mi e uma crítica a opções de restituição melódica no Graduale Novum.

2019 - 2
Sessantini: o nº 116 da Sacrosanctum Concilium do Concílio Vaticano II ou o que significa ser o canto gregoriano próprio da liturgia romana.
Repeto: crítica a livro de Rampi e De Lillo.

2019 - 3
Bellinazzo: origem dos próprios das Missas do Natal.
Turco: a colocação do qüilisma no scandicus.

2020 - 1
Turco: reconstituição da antífona Immutemur habitu para a 4ª Feira de Cinzas.
Repeto: crítica a livro de De Lillo.

2020 - 2
Sessantini: o que significa «ceteribus paribus».
Turco: especificidades dos ofertórios das solenidades pascais.

2020 - 3
Turco: crítica às opções melódicas de alguns toni communes e símbolo apostólico no Graduale Novum.

2021 - 1
Sesantini: o "novo" missal.
Turco: o canto do celebrante.

2021 - 2

2021 - 3

*

Os que puderem não deixem de frequentar o curso virtual de Monsenhor Alberto Turco nas próximas semanas:

Actualização: cursos de verão 2023.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Aulas de Canto Gregoriano do Mestre Fúlvio Rampi

O leitor deste blog provavelmente já terá sabido por outra via, mas seria imperdoável da nossa parte não divulgarmos o formidável curso oferecido pelo Mestre dos Cantori Gregoriani de Cremona, Fúlvio Rampi, no seu novo canal do Youtube.

Já lá estão 10 aulas, dedicadas aos tempos fortes do Advento e do Natal, e mais se esperam no futuro. Quem não entende a língua italiana tem aqui uma excelente forma de aprender. Já agora, existe também a aplicação Duolingo através da qual se pode aprender qualquer idioma (incluído o latim).


domingo, 4 de janeiro de 2015

Música do dia 1 de Janeiro, Solenidade da Santa Mãe de Deus, a Virgem Maria / Maria Sancta Dei Genetrix

Partituras:
  • Próprio autêntico (PDF); Outra versão (PDF);
  • Ofertório autêntico (PDF); Outra versão (PDF

Alleluia Post partum, aqui comentada por Tiago Barófio:

Post partum, virgo inviolata permansisti. Dei genitrix, intercede pro nobis
(mi plagale - IV modo)

Otto nuovi testi sono stati inseriti sulla melodia originale dell’Alleluia Post partum diffuso in tutta l’Europa latina. Lo iubilus – il melisma su Alleluia – è costituito da due sezioni ripetute con varianti (a a’ b b’), l’ultima delle quali (b’) costituisce il nucleo di una formula che caratterizza il verso con l’innesto DO MI SOL la (inVIOLAta, DEI GENITRIX). La parola chiave e centrale del breve testo è l’espressione teologicamente rilevante (Dei) genitrix con l’ampio melisma (c c d).
La Chiesa nel tempo ha modificato la prospettiva liturgica del 1 gennaio. Memoria della circoncisione di Gesù – il quale proprio con il rito dell’uso ebraico s’inserisce pienamente in quella tradizione –, il primo giorno dell’anno è stato scelto anche per rinnovare la fede in Cristo con un distacco netto e definitivo dalle abitudini idolatriche pagane. Oggi è stata ricuperata la celebrazione di Maria, venerata quale madre di D-i-o.
Molteplici vicende storiche e varie riflessioni teologiche hanno portato a ingigantire la presenza della vergine Maria nell’economia della salvezza e nella vita della Chiesa. Nel mondo latino ciò è successo quale conseguenza di un’atrofizzata sensibilità pneumatologica che ha finito per riversare sulla “figlia di Sion” aspetti che in primo luogo caratterizzano lo Spirito santo. In queste vicende hanno pesato due fatti non trascurabili. 
1] La dimensione femminile: essa segna non solo la struttura umana, ma è intrinseca alla natura stessa di D-i-o il quale non può essere ridotto a un prototipo maschile e, tanto meno, maschilista. Sarebbe un’ennesima caricatura e svierebbe dalla ricerca e dall’incontro con D-i-o. 
2] “S/spirito” nelle lingue semitiche è un sostantivo femminile. Fatto non trascurabile, anche perché facilita la comprensione della dimensione materna di D-i-o, come insegnano i Padri delle Chiese orientali, in primis quelli della tradizione siriaca. 
Chiarito questo punto nodale, momento necessario per evitare malintesi e il rischio di incorrere in aberranti forme di idolatria e di superstizione, ascoltiamo il cantore e quanto egli proclama a nome della Chiesa. Maria è presentata dall’evangelista san Luca come una ragazza spensierata d’Israel. Svolge le sue funzioni sociali come figlia nella casa paterna e aspetta di conoscere un uomo e divenire madre. Non ha grilli per la testa, non si pavoneggia per le proprie doti, non ha pretese. Osserva, ascolta, attende. Vive lo sbigottimento quando le parole di un messaggero la intontiscono. “Non può essere… Non può essere vero…”. Non recalcitra, non fugge, non rifiuta. Ascolta l’angelo, ascolta la voce del proprio cuore. “Sì, avvenga in me secondo la tua parola”.
Ciò che la creatura non può immaginare, quanto non é umanamente possibile, è compiuto dallo Spirito di D-i-o. Vergine, rimane inviolata, integra in tutto il suo essere. Corpo e spirito sono il tempio che accoglie il Figlio di D-i-o. Ante et Post partum, virgo inviolata permansisti.
All’inizio di un nuovo anno, tutti gli anni, la Chiesa suggerisce di affidarci all’intercessione di Maria. Lei sola può accompagnarci nella sequela di Cristo suggerendoci i passi da compiere per scovare spazi di solitudine orante dove possiamo ascoltare la voce di D-i-o. Alla scuola di Maria anche noi, se non siamo ancora capaci, dobbiamo imparare ad accogliere la Parola senza recalcitrare, senza fuggire, senza rifiutarla. Allora anche nel nostro cuore nascerà il Figlio di D-i-o. Con Maria faremo l’esperienza della vita in Cristo e saremo meglio disposti ad affrontare il cammino, forse impervio e spesso sconosciuto, di un nuovo anno. Dei genitrix, intercede pro nobis.

domingo, 7 de dezembro de 2014

Música para o Domingo da Sagrada Família / Sanctae Familiae Iesu, Mariae & Ioseph

Êste é o Domingo que calha dentro da Oitava do Natal, ou então, na sua falta, o dia 30 de Dezembro.

Partituras:
Próprio autêntico (PDF)
Ofertório autêntico com versículos (PDF


Intróito Deus in loco sancto suo, pelo eslovaco:




Gradual Unam pétii, pelo Pedro de França:




Alleluia Gaudete justi, cantada pelo Pedro Francês:




E comentada por Giacomo Barrófio:
D I dopo NATALE - ALLELUIA
Gaudete iusti in Domino, rectos decet collaudatio (sal 32, 1) (mi plagale - IV modo)
L’Alleluia Gaudete iusti, con una sua melodia propria ed esclusiva, è stato usato spesso nella tradizione nel ciclo sia del temporale sia del santorale. La melodia attraverso le frequenti fioriture lascia trasparire una semplice struttura ad arco che imita una formula salmodica con intonazione e reintonazione Fa-Re Sol-la-Sol, corda di recita che oscilla tra il Sol e il la, cadenza mediana sul Re e finale sulla tonica Mi. L’enunciato del primo emistichio è sobrio, mentre le successive tre parole (“rectos - decet - collaudatio”) sono scandite con un forte rilievo melismatico, quasi a significare che proprio nelle espressioni finali si colloca la motivazione profonda e la spiegazione della gioia (gaudium/gaudete) annunciata all’inizio del canto.
La lunga schiera di iusti ai quali si riferisce la liturgia cristiana, ha una preistoria nella folla dei giusti d’Israel. In quel preciso contesto religioso e sociale si radica l’esperienza di un artigiano (Giuseppe) e della sua famiglia (la moglie Maria, il figlio Gesù), come ha illustrato con grande attenzione Raymond Aaron. Ogni giorno trova la famiglia di Nazareth impegnata nell’adempimento della Parola, nel cercare la volontà dell’Altissimo, nel leggere gli accadimenti abituali e imprevisti alla luce del Patto che l’intero popolo e il singolo credente sono chiamati a scoprire e a osservare.
Giustizia, rettitudine, onestà sono le virtù cantate più volte dal salmista. Esse pongono la base per una dilatazione del cuore che nell’adempimento della Legge trova la sua consolazione e costruisce un’esistenza nella serenità gioiosa delle relazioni. A partire dalla cellula, tutto fondante, della famiglia, piccola Chiesa, nucleo centrale del vivere comunitario di vaste, amplissime dimensioni fino a raggiungere i confini della terra.
A cerchi concentrici la forza irrompente del giusto si espande, travolge le resistenze, raggiunge altri cuori e altre famiglie, contagia la società che la giustizia guarisce dalle malattie di sempre, quelle vigorose nel terreno infestato da egoismo, invidia, cinismo… È quanto il cantore non si stanca di annunciare agli sfiduciati, a quanti non riescono ad affrontare le tante piccole crisi famigliari, a quanti sono oppressi dalle macerie di relazioni infrante, a quanti – piccini e anziani – sono trascurati, dimenticati, abbandonati. Perché oggi non c’è solo il declino dei genitori e dei figli, ma anche la famiglia è in crisi. Non tanto per gli assalti dall’esterno con nuove proposte di convivenza, ma soprattutto perché è al suo interno che per troppo tempo non sono stati coltivati i principi virtuosi di giustizia, rettitudine, onestà.
Quale modello concreto propongono le famiglie dei nostri paesi rurali e delle città industriali? Ci sono gli onesti, mancherebbe altro. Ma l’immagine diffusa offerta da una società deturpata dall’egoismo non può essere che un irritante scarabocchio che tratteggia imprenditori del male, vittime loro stessi prima di essere farabutti e criminali.
Un banco di prova cui nessun individuo e nessuna famiglia si può sottrarre è la solidarietà generosa. Sarebbe scandaloso e insieme ridicolo se oggi l’esempio di una schietta solidarietà fosse viva e preminente nelle cerchie del malaffare, a partire dalla “famiglia” mafiosa. Sarebbe ora di riscoprire la dignità dell’essere cristiano, come avvertiva tanti secoli fa il vescovo di Roma papa Leone, cui fa eco, spesso inascoltato, il suo successore Francesco. Auguri!

Antífona do Ofertório In te speraui, na voz do Pedro de França:




Comunhão do Ano A, Tolle puerum et matrem eius, aqui comentada por Tiago Barófio:
Come canto di comunione il Missale Romanum propone il testo del profeta Baruch “Deus noster in terris visus est, et cum hominibus conversatus est” (3, 38). Il Graduale Romanum, per il solo anno “A” del ciclo triennale domenicale, mantiene l’antifona tradizionale “Tolle puerum et matrem eius”. Il testo (Mt 2, 20) si trova, infatti, nella pericope evangelica del giorno (Mt, 2, 12-15. 19-23). 
Il canto in sol plagale (VIII modo) disegna due ampi archi melodici, ciascuno dei quali ha una cesura mediana (matrem eius e sunt enim). Essa non interrompe il flusso vocale, ma prepara il culmine di ciascuna frase segnato da due analoghi ampliamenti melodici (terram e quaerebant). La semifrase iniziale indugia sulle parole che l’angelo del Signore rivolge a Giuseppe “Tolle - puerum - matrem eius”. Il messaggio è chiaro e rassicurante. Dopo la nascita avventurosa ai margini della società, dopo la fuga precipitosa in terra straniera, dopo un’esistenza vissuta nel segno precario della provvisorietà, dopo tante insidie e incertezze, finalmente l’annuncio atteso “vade in terram Israel/Iuda”. “Qui quaerebant” sono ormai resi totalmente inoffensivi dalla morte che li ha raggiunti prima che potessero togliere la vita al Bimbo. 
Molti sono i personaggi nel folto gruppo dei ricercatori, di quanti “quaerebant”. Con modalità differenti, con finalità assai diverse. Ci si trova immersi in un contesto sociale dove ci si lascia trasportare passivi dalla corrente più impetuosa e dalle mode imperanti. Si prende in mano la propria vita e con passione ci si fa strada, spesso contro corrente. Ci si lascia abbagliare dai lampi del mondo e ci si strema pur di raggiungere l’opulenza economica, il potere politico, quanto sembra assicurare solidità. Si rimane affascinati dal sorriso del Bimbo Gesù, dallo sguardo del Crocifisso. Con Pietro infedele e Tommaso incredulo, con Zaccheo e il pubblicano ci si mette in cammino, senza forse quelle certezze immediate che pensavamo di afferrare al volo; ma sempre in cammino si prosegue la ricerca. Nonostante ci si trovi vigliacchi come Pietro, perplessi come Tommaso…  
È l’itinerario dell’uomo che si ritrova straniero in patria, apolide, esule in continuo peregrinare, immobile sempre in fuga. Fino a quando la Parola indica il cammino del ritorno. Affrontare l’ignoto, poter contare solo sull’impotenza dei poveri, essere calpestati dalla codardia dei ricchi, essere cancellati dal cinismo dei potenti: sono tutte situazioni reali non riservate al passato. Sono ormai esperienza quotidiana che rivela le reali lacerazioni del tessuto umano.  
Il cantore non chiede solo pietà per la famiglia di Nazareth. Il suo canto richiama con urgenza la solidarietà con quanti oggi devono fuggire dalla propria casa. È l’inno che celebra il coraggio dei genitori affranti e prossimi ormai alla disperazione. È la consolazione dei piccini ignari e pur già proiettati in un mondo che può salvarsi se salva anche loro, gli ultimi degli ultimi. Eppure, oggi come ieri, sono loro, i bimbi totalmente indifesi e senza diritti, che costituiscono l’asse portante intorno cui si aggrega la famiglia, si rinnova la speranza.  
Tolle puerum et matrem eius” è la parola che tanti babbi percepiscono bisbigliata e poi sempre più forte sentono risuonare fino a quando intuiscono che è giunto il momento. Fuga ed esilio non sono sempre un fallimento. Possono essere il trionfo dell’amore. Alla sequela di Gesù, Giuseppe e Maria…
Partituras e gravação de 30-12-2017: in. Dum silentium http://pemdatabase.eu/image/22858 ky. http://pemdatabase.eu/image/4500 gl. http://pemdatabase.eu/image/11612 gr. Speciosus forma = in. al. Dies sanctificatus http://pemdatabase.eu/image/22857 of. Deus enim = al. sa. = ky. ag. http://pemdatabase.eu/image/4501 co. Tolle puerum http://pemdatabase.eu/image/22859 hy. Tantum ergo hy. Adeste fideles 1782 https://www.hymnsandcarolsofchristmas.com/Hymns_and_Carols/Images/Stephan/adeste_fideles_a_study_on_its_or.htm

Fontes e gravação de  29-12-2018:
of. Tui sunt celi http://pemdatabase.eu/musical-item/44963
cõ. Fili quid fecisti nobis http://pemdatabase.eu/musical-item/44965
hy. Tantum ergo
hy. Adeste fideles 1782 https://www.hymnsandcarolsofchristmas.com/Hymns_and_Carols/Images/Stephan/adeste_fideles_a_study_on_its_or.htm

domingo, 2 de março de 2014

Cânticos para o Baptismo do Senhor / In Baptismate Domini

Partituras:
  • Próprio autêntico (PDF)
  • Versículos ofertoriais autênticos (PDF)

Intróito Dilexísti justitiam, cantado pelo eslovaco:




Gradual Responsorial Benedíctus Dóminus Deus, na voz do Pedro Francês:




Ou o Gradual Dilexísti, pela mesma voz:




Alleluia Benedictus qui venit.


Ou a Alleluia Inveni David, na voz do francês:




Antífona do Ofertório Benedíctus qui venit, pelo francês:





Comunhão Omnes qui in Christo. Esta comunhão pode cantar-se também na missa (ou simplesmente cerimónia) ritual para a administração do Sacramento do Baptismo. 



Sôbre esta Comunhão, escreveu Tiago Barófio:
Il Missale come antifona propone un estratto rielaborato da Giovanni (Gv 1, 32.34) “Ecce de quo dicebat Ioannes: Ego vidi et testimonium perhibui, quia hic est Filius Dei”). Il quarto Vangelo non compare nel lezionario per la Messa odierna. Il testo del Graduale Romanum è tratto dalla lettera di Paolo ai Galati (3, 27). Anche questa epistola non è tra le letture odierne della Messa. L’antifona “Omnes qui in Christo” è stata semplicemente recuperata dalla tradizione che la cantava il sabato dopo Pasqua.
La melodia in re plagale, a parte il la grave iniziale, si muove nell’ambito di una quinta (do-sol) e cadenza sul re e sul do. Una corrispondenza melodica collega baptizati e induistis; un innesto parzialmente identico si riscontra su induistis e l’alleluia conclusivo. Il canto traccia con chiarezza il messaggio proprio del giorno: alla proposta diretta (“qui in Christo baptizati estis”) segue la risposta formulata in musica quasi a cancro (“Christum induistis”). 
Chi è battezzato in Cristo, non può non indossare Cristo stesso. Nel battesimo di Cristo si compie la consacrazione dei cristiani a chiamarsi e a essere realmente figli nel Figlio. Investito dallo Spirito, Cristo riceve l’unzione sacerdotale, profetica e regale. 
Il cantore avverte la duplice via che si prospetta a ognuno, nell’intraprendere l’itinerario della propria vocazione e della propria missione. Nella vocazione, ciascuno è chiamato a mostrare il carattere profondo del suo essere “individuo unico” dai tratti somatici alle peculiarità caratteriali, dal particolarissimo modo di porsi nel lavoro, nella società, di fronte a D-i-o e in mezzo agli uomini.
Vocazione da realizzare in modo unico e irripetibile, in totale integrazione con l’alterità di tutti gli altri individui. Integrazione che sfocia nella comunione di vita. Nell’arricchimento vicendevole, nella scoperta incessante e gioiosa della novità altrui. Cammino vocazionale non facile da percorrere, tante sono le ombre gettate dalla meschina precarietà creaturale che tende a isolare l’individuo, a far percepire l’altro e il diverso come forze concorrenziali da allontanare, emarginare, eliminare.
C’è, tuttavia, nell’esistenza di ognuno una dimensione che tutti accomuna, che identifica tutti e ciascuno nella persona di Cristo. Ogni battezzato è un “alter Christus”, è Cristo che continua la sua missione. Missione cui abilita l’accoglienza del battesimo, con il dono dei tre munera che permettono al cristiano di realizzare la missione di salvezza in Cristo, con Cristo, per Cristo.
Il canto ricorda questa responsabilità battesimale: non vanificare il dono dello Spirito. Ognuno è chiamato a divenire mediatore tra i fratelli, tra i fratelli e D-i-o. Ognuno accoglie la Parola, sino a divenirne interprete autentico nella vita quotidiana, secondo l’espressione di san Nilo. La Parola ricevuta con tremore, è trasmessa con somma cautela: è come portare il viatico eucaristico agli infermi. È annuncio profetico di chi ha riconosciuto in Gesù di Nazareth l’Unto di D-i-o, di chi scopre e gioisce nel ricevere la profezia dei fratelli. Fosse pure l’ultimo degli ultimi, come ricorda san Benedetto. Il canto annuncia, infine, la dimensione regale della missione cristiana: la priorità assoluta dell’amore, l’unica potenza egemone contro la quale, prima o poi, si frantumano le forze avverse.


Fontes e gravação de 12-1-2019:
in. Dilexisti http://pemdatabase.eu/musical-item/44996
ky. http://pemdatabase.eu/image/4500
gl. http://pemdatabase.eu/image/11612
of. Benedictus qui venit http://pemdatabase.eu/musical-item/44997
sã. = ky.
ag. http://pemdatabase.eu/image/4501 
cõ. Omnes qui in Christo http://pemdatabase.eu/musical-item/44998
hỹ. Tantum ergo
hỹ. Adeste fideles 1782 https://www.hymnsandcarolsofchristmas.com/Hymns_and_Carols/Images/Stephan/adeste_fideles_a_study_on_its_or.htm

Cânticos para o 2º Domingo depois do Natal / Dominica II post Nativitatem

Partitura:
  • Próprio autêntico (PDF) 
  • Ofertório autêntico com versículos (PDF)

Intróito Dum medium silentium, cantado pelo eslovaco:




Alleluia Dóminus regnáuit decórem, que também se canta na Missa da Aurora do Natal, aqui comentada por Tiago Barófio:

Dominus regnavit, decorem induit; induit Dominus fortitudinem, et praecinxit se virtute (sal 92, 1) (re plagale - II modo)

L’Alleluia Dominus regnavit è il canto proprio della II Messa di Natale. La melodia nel solo graduale manoscritto “Pistoia 120” è adattata anche a un secondo testo (“Natus est nobis hodie”) che segue immediatamente quello tradizionale. Il solenne inizio indugia nell’annunciare la signoria di D-i-o (“Dominus regnavit”). La melodia di tutto il brano è particolare; si sofferma sugli intervalli RE-SOL e MI-la, non presenta ampi melismi e predilige limitate fioriture. Si muove in re, non scende mai sotto il DO grave, all’acuto tocca il si (bemolle). Il tratto arcaico del canto è confermato dalla breve finale melismatica del verso che non coincide con lo iubilus iniziale.
La liturgia natalizia riscatta la miseria e l’emarginazione di Gesù Bambino e lo magnifica ai vespri come il “Rex pacificus”. L’Alleluia odierno ribadisce e autentica questa visione con le parole del salmo 92. L’inno davidico proclama la regalità di D-i-o, ammantato di maestà, cinto di forza. Sotto questa bandiera il cantore grida la sua fede. Redento da Cristo, ora si muove in suo soccorso, cerca di difenderlo e di rimetterlo al centro dell’attenzione di un mondo che ha issato il proprio vessillo insanguinato da rapine e delitti. 
Homo regnabit” grida oggi il mondo sull’onda di una rivolta contro l’ “usurpatore” dei diritti umani. Da un Bimbo deposto in una mangiatoia e finito miseramente in croce non c’è nulla d’aspettarsi. Finalmente avanza il superuomo profetizzato da Nietzsche. Nel vortice della fiera della vanità, il nulla è nascosto da schiamazzi, promesse vane, prospettive falsate e ingannevoli. Con la scusa di liberarsi dal fardello della Parola di D-i-o, le masse sono trascinate nel baratro del dissesto economico e di fratricide tensioni sociali. Si vede tuttavia crescere, e a dismisura, solo il potere di pochi, mentre la massima parte delle persone non è in grado di percepire l’inganno.
Siamo ripiombati nel caos dell’orgia messianica. In tempi e situazioni diverse e con modalità variate, da sempre s’affacciano come salvatori della patria gli eroi di un tenebroso museo di cera: promettono il paradiso in terra e conducono intere popolazioni alla rovina. Basta osservare i bellimbusti dei tempi moderni da Sabbatai Zevi (Smirne, 1626 – Dulcigno, 1676: mistico ebreo ottomano, considerato nel XVII secolo come un messia: N.d.c.) a Hitler a Stalin, fino, in sedicesimo, ai protagonisti della scena politica italiana. Ieri e oggi è sempre lo stesso meccanismo arrogante che viene azionato facendo leva sui disagi e le fobie. 
Quello che conta è farsi ricercare e accettare come il messia tanto atteso, colui che può risolvere i problemi, fare giustizia, eliminare gli avversari… fino a quando tutte le aberrazioni diventano lecite, scontate e sono ritenute virtuose. Dalla Corea del Nord all’Europa, dalla Cina alle Americhe e all’Africa è tutta una corsa verso la “liberazione” che finisce per rendere ancora più schiavi. Senza che la massima parte delle persone se ne renda conto. Anzi. È tutto un inneggiare esaltante al messia di turno.
In questo trambusto fumoso e assordante s’alza ancora con coraggio la voce del cantore e intona “Dominus regnavit”. Non ha accantonato D-i-o dalla sua vita, come tanti hanno fatto in modo religiosamente corretto. Senza bestemmie o urla. Semplicemente sostituendo all’incontro personale con D-i-o una sua caricatura, un’immagine fatta a nostra somiglianza. Un dio a misura della nostra stupidità, sempre pronto a darci ragione, a non importunarci più di tanto, fino a quando anche il suo nome svanisce nelle fitte nebbie di un mondo irreale.
Non sarebbe ora di svegliarci, scuoterci, renderci conto che sta iniziando un nuovo anno? Sarà realmente “nuovo”, rinnovatore cioè delle coscienze? Siamo ancora liberi di scegliere tra il Messia di Nazareth e i vari messia che occupano le stanze del potere.


Comunhão Dómine Dóminus noster, comentada por Tiago Barófio:

Nel formulario di questa domenica affiora ancora il tema dell’incarnazione del Verbo. Il Missale come antifona alla comunione presenta un verso della pericope evangelica (il prologo Gv 1, 1-18): “Omnibus qui receperunt eum, dedit eis potestatem filios Dei fieri” (Gv, 1, 12). Nel Graduale il canto riprende un verso del salmo 8 che apre e chiude l’inno davidico (Sal 8, 2 = 10). Quest’antifona di comunione nella tradizione era assegnata al II lunedì di quaresima; in seguito e saltuariamente si cantava anche il sabato delle Quattro Tempora di Pentecoste.
 
Assai forte è l’attrazione della tonica in questa melodia in II modo plagale che termina sul re sei delle otto parole di rilievo (Domine/terra, noster/tuum, nomen, universa). Il la grave, caratteristica peculiare del modo, appare solo all’inizio nella parte finale (in universa). Il nucleo forte della formula dossologica occupa la posizione centrale e costituisce pure il culmine melodico (si bemolle) con un prolungato ricamo sul la (quam admirabile est).  
Gesù - Emmanuele: sono questi i primi nomi con cui si riconosce il Verbo abbreviato nella carne mortale. Il primo nome sottolinea la dimensione soteriologica del Logos divino. La sua missione si riassume in un vocabolo: salvezza, con tutte le sfumature che man mano si riescono a decifrare e riconoscere nell’opera di D-i-o e nella storia dell’uomo. Siamo di fronte alla redenzione, al ricupero del peccatore, alla restituzione della dignità creaturale che trova proprio ora la sua massima espressione e bellezza. L’uomo è riconosciuto figlio nel Figlio. Fondamento, questo, del convivere sociale dove tutti sono coeredi del Regno, tutti sono chiamati a cooperare nella forza dello Spirito santo ...
Il secondo nome “D-i-o con noi” ribadisce la relazione unica instaurata dal Verbo con ogni persona che l’accoglie nella fede. D-i-o nel Logos si abbrevia ulteriormente nella Parola, si rende disponibile, sana fratture e colma distanze. Non solo Lui è uno di noi, ma noi siamo Lui.
 
Chiamati non solo a completare le sofferenze del Crocifisso, ma inviati a rendere tangibile nel mondo la sua santità, la sua verità, la sua vita. Essere “via” nell’aiuto reciproco di mediare i tesori che D-i-o a ciascuno affida in un gesto totalmente gratuito.  
Il salmo 8 invita il cantore e l’intera comunità a riscoprire l’indicibile nel quotidiano, a prendere coscienza che in ogni singolo istante ciò che è dato per scontato, in realtà è un fatto unico, irrepetibile. 
Un’occasione da valorizzare, una situazione che non si ripeterà mai più. Responsabilità bruciante. La persona si trova al centro del cosmo, circondata da gloria e onore, posta quale signore del creato. Universo da ricreare ogni giorno, da purificare e rendere fecondo, da abbellire e farne una dimora accogliente per tutti, nessuno escluso, grande e piccino, indigeno e forestiero, nel nome di D-i-o. Tutta la terra è invitata a risuonare e a trasmettere il Nome, farlo rimbalzare da notte a notte e da giorno a giorno. Con le labbra di piccini e di lattanti (sal 8, 3), purificate dai carboni che hanno reso profeta verace Isaia (Is 6, 6). “… Tutto hai posto sotto i suoi piedi, … gli uccelli del cielo e i pesci del mare …” (cfr. sal 8, 6-9). Qual è l’orizzonte della nostra esistenza? Ce ne rendiamo conto? Che cosa esprimiamo realmente con l’antifona di comunione?

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Introdução ao Canto Gregoriano, por Tiago Barófio

Programa semanal do 5º canal da Rádio Vaticana. Domingos às 21h30, hora de Roma, por um conhecido gregorianista italiano.


1º episódio, 1-2-2014
Ad Te Levavi - Porquê o gregoriano - A Palavra
- Do ministério do cantor litúrgico.
- Intróito Ad te levavi, da Missa do 1º Domingo do Advento
- Responsório Aspiciens a longe, das matinas do 1º Domingo do Advento
- Comunhão In splendoribus, da Missa do Galo




2º episódio, 11-2-2014
Nas origens do canto litúrgico - Cantilenação silábica - Salmodia
- O canto gregoriano é monódico? Parafonistas do 1º milénio.
- Caudas do intróito Ad te levavi
- A proclamação de Leituras (Toni Lectionum)
- A genealogia de Cristo
- Antífona Pueri hebraeorum, da Missa do Domingo de Ramos

 


3º episódio, 18-2-2014
Tradição e transmissão - O Canto Benaventano, Romano, Ambrosiano
- Kyrie do Ofício de Trevas, de tradição hebraica.
- Ofertório Angelus Domini em várias tradições
- Técnica vocal e transmissão geracional
- Transitório ambrosiano Te laudamus
- Laus magna angelorum / Gloria IV ad lib. more ambrosiano




4º episódio, 25-2-2014
Espaço e tempo par cantar - Antífonas
- Antífonas da Liturgia das Horas: chave cristológica dos salmos
- Semelhança entre Ex Egypto, Sion noli timere, & Querite Dominum.
- O b-mole
- Salmodia: asterisco e hemistíquios, entoação, tenor ou corda de recitação, cadência mediana, tenor, cadência final
- Canto facilitador da oração. Monotonia. Tonus peregrinus.
Conserva me Domine
- O quando in cruce, de Ravena
- O beata infantia




5º episódio, 4-3-2014
Acolhimento da Palavra - Responsórios
- Responsório: Reacção da Igreja a uma Leitura
- Estrutura do responsório: responso, verso, repetenda.
- Videbant omnes Stephanum
- Dum complerentur die Pentecostes
- Repleti sunt cordes
- Historiae, Officium rythmici




6º episódio, 11-3-2014
Fé + Fantasia = Poesia; Hinos
- Hinodia: origem ambrosiana, propagação benedictina
- Poesia contra a heresia, incentivo à conversão
- Hinos Veni redemptor gentium, Christe redemptor omnium, e Ut queant laxis, com que Guido d'Arezzo fundou o solfejo.
- As necessidades dos cantores: físicas e espirituais
- Hino paratérico: Unica spes hominum. O ritornelo processional.



7º episódio, 18-3-2014
Culmen et fons - Missa, Intróito e Comunhão
- A fé é o acolhimento da Palavra de Deus e a correspondência à vontade de Deus realizada nos pequenos actos da vida quotidiana. Só depois, no canto.
- Puer natus est, da Missa do Dia de Natal.
- Ecce advenit Dominator Dominus, da Missa da Epifania.
- O intróito canta-se na procissão desde a sacristia até ao altar, e por isso tem duração variável, em função das dimensões do templo, a velocidade dos celebrantes. Alternam-se antífona e versículos em número necessário para preencher o tempo do trajecto. No final, doxologia conclusiva do intróito: Gloria Patri.
Viri galilaei, da Missa da Ascensão. As novas edições, mais críticas.
- Comunhão: também processional.
Ecce virgo concipiet, da Missa do último Domingo do Advento.
- Cantate Domino, alleluia, da Missa da 3ª semana da Páscoa.




8º episódio, 25-3-2014
Centralidade da Palavra - Missa, Responsório Gradual
- Etimologia e espiritualidade do gradual responsorial.
- Universi qui te expectant, gradual do 1º Domingo do Advento.
- Christus factus est, gradual da Celebração da Paixão e responsório de Laudes do Tríduo Sacro.




9º episódio, 2-4-2014
A vida explode, o coração grita - Missa, Alleluia
- Etimologia e espiritualidade: Louvai a Deus!
- Estrutura: sílabas iniciais e melisma vocalizo final "jubilus"
- Particularidades das formas milanesas e hispânicas
- Al. Dies sanctificatus, da Missa do Dia de Natal
- Al. Pascha nostrum da Missa do Dia do Domingo de Páscoa
- Aleluia "tropado": Al. Eripe me, da 16ª semana do t.c.
- Aleluia escondido na Quaresma e substituído pelo Tracto




10º episódio, 8-4-2014
Recuperar o indizível - Missa, Tropos e Seqüências
- A sequência, originada no jubilus aleluiático, prolonga-o, com extraordinária mestria poética, teológica e espiritual.
- Poetas ilustres de São Galo. Seq. Sancti Spiritus por Notker.
- Adão de Paris. Os tropos na Reforma de Trento.
- Seq. Dies nobis laetabundus
- Espiritualidade do Kyrie eleison. Kyrie fons bonitatis.




11º episódio, 15-4-2014
A vida entra na liturgia, e a liturgia reaviva a vida - Cantos do Ordinário
- Kyrie cum jubilo. Os títulos dos ordinários
- Gloria in excelsis de origem ambrosiana
- Sanctus IX. Agnus Dei XVIII. Credo IV, canto frato.




12º episódio, 23-4-2014
Doar a minha pessoa antes de oferecer outras coisas - Missa, Ofertório
- O Ofertório é um canto responsorial, com pelo menos 2 versículos.
- Heterogeneidade nas repetendas. Origem histórica.
- Precatus est Moyses, ofert. do 18º Domº do T.C..
- Jubilate Deo universa terra, ofert. do 5º Domº da Páscoa.
- Anonimato. Influxo sírio. Canto-oração-caridade. Artur Bento Miguel-Ângelo.





Un pensiero di GIACOMO BAROFFIO per i VENTI ANNI DALLA MORTE DI ARTURO BENEDETTI MICHELANGELI (CG = Canto Gregoriano; ABM = Arturo Benedetti Michelangeli)

Dall’inizio degli anni ’80 – quando sono stato catapultato a Roma per insegnare canto gregoriano al PIMS – spesso mi è stato chiesto: “Quale disco mi consiglia di ascoltare per imparare a eseguire bene il CG?”.

La prima volta sono stato un po’ disorientato e ho iniziato a passare mentalmente in rassegna varie incisioni: Decca, Archiv … Ma presto ho voltato pagina e senza hesitation ho detto, ed è quanto ho in seguito sempre ripetuto e dico ancora oggi: “Per imparare a cantare il CG, il miglior maestro in assoluto è Arturo Benedetti Michelangeli!”. “Ma non è un pianista?”. “Che cosa importa? Imparate da lui il fraseggio, il senso che dà alla frase nella sua unità, il peso specifico che attribuisce a ogni singola nota. Basta ascoltare quando suona dei segmenti, anche brevi, di una scala. Le singole note sono tutte diverse l’una dalle altre. Esprimono una dinamica che è vita”.

All’inizio degli anni ’90 ho avuto una conferma della mia opinione. Parlando di CG e di ABM, il M° Facchinetti di Brescia mi ha rivelato quanto fino allora non sapevo. ABM gli aveva confidato una volta che amava il CG e si era ispirato al repertorio liturgico sino dalla sua giovinezza.

Il problema dell’interpretazione musicale è assai delicato. Ai dattilografi della tastiera – che macinano il massimo numero di note nel minor tempo possibile - e ai funamboli della voce – che volteggiano nei melismi impacciati in una grande confusione che annulla ogni armonia di movimento – ricordo che le note sono l’elemento necessario sì, ma totalmente insufficiente per creare la musica.
Senza un atto creativo dello spirito umano, animato dal Paraclito, ogni sforzo è vano. Per cantare il gregoriano occorre prima di tutto pregare. E la preghiera trasfigurerà le note. Come insegna ancora oggi il mistico Arturo.


13º episódio, 29-4-2014
O canto ao serviço da comunidade - Canto cisterciense, Edição Medicea, Solesmes
- Nomes para o canto gregoriano...
- Ofício rítmico de Santo Francisco, Santo António de Lisboa, Santa Clara, por Frei Juliano d'Aspira.
- Salve Regina solene, tropada.
- Edição Medicea, iniciada por João Pedro-Luís de Palestrina, com 1 tomo Temporal e outro Santoral. Escrúpulo histórico, ou a adaptação ao tempo.
- Intróito In nomine Iesu omne genu flectatur.




Laus Deo

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