A música sacra tem "uma linguagem universal, mas especialmente forte em uma sociedade de consumo e de bem-estar. É um componente essencial da liturgia que estamos redescobrindo e que chega em particular aos jovens (...)"
"[O] homem chegou a uma situação de desilusão, vazio, solidão, na qual se encontra terrivelmente desapontado. Ele perdeu todos os pontos de referência e, nesta situação, acho que a música sacra é o instrumento e a linguagem que o leva a encontrar-se novamente consigo mesmo. Essa nostalgia que todo homem tem da sua origem e do seu destino é a nostalgia de Deus".
O prelado sublinhou que "a música é um componente essencial da liturgia. Basta pensar em Davi com a harpa. No Antigo Testamento, diante do ‘Santo dos Santos' estava a música sacra. Era a expressão profunda de uma linguagem que não era tão humana quanto divina".
[T]ambém lamentou que hoje, nas igrejas onde a música sacra foi posta de lado, também foi retirado algo da linguagem da divina liturgia, afirmando que existem interpretações erróneas do Concílio Vaticano II, que deram à celebração litúrgica um aspecto de assembleia, perdendo o sentido de que Cristo é o celebrante. "Uma assembleia sem Cristo não tem sentido", disse ele.
[L]amentou que tantas vezes se tenha dado espaço a "cânticos com uma música feita com guitarras, improvisadas, que foram mais o resultado da modernidade do tempo que da tradição profunda da Igreja, que, após milénios, tem um património que é desperdiçado dessa maneira".
"Mesmo nas procissões - recordou - foram removidos os sinais que externamente já não nos diziam nada, porque perdemos interiormente o sentido e o significado dessas linguagens." E concluiu lembrando que, "graças a Deus, com Bento XVI, estamos redescobrindo este caminho que, de alguma maneira, havíamos perdido"; e espera que, "de alguma forma, os jovens sacerdotes e as gerações futuras possam reconstruir este patrimônio único", convidando também os párocos a "redescobrir a música sacra dos nossos antepassados, especialmente o gregoriano".
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